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Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

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um <strong>no</strong>vo modelo de desenvolvimento brasil - china<br />

de investir em centros de pesquisa e universidades que tenham relação<br />

azeitada com a iniciativa privada.<br />

Em 1994, logo <strong>no</strong> início da segunda fase do milagre econômico,<br />

após o embargo de diversos países causado pelo massacre na Praça da<br />

Paz Celestial, a <strong>China</strong> já anunciava um projeto para construir uma “Ivy<br />

League” chinesa, uma espécie de liga de universidades de elite, como<br />

os EUA têm (Harvard, Princeton, Yale, Brown, Columbia, Cornell,<br />

Dartmouth, UPenn), que pudesse rivalizar com os america<strong>no</strong>s até 2025.<br />

Os chineses sabem que não serão potência enquanto todos os seus filhos<br />

tiverem que imigrar para os EUA para ter uma educação de padrão global.<br />

De início, foi alocado US$ 1 bilhão para equipar e modernizar<br />

as universidades eleitas, já então as melhores do país, como a Beida<br />

(Universidade de Pequim, Tsinghua, Renmin e Tongzhi – em Shanghai).<br />

Uma visita a qualquer um desses campo já exemplifica a transformação –<br />

campus com wifi universal, prédios moder<strong>no</strong>s e limpos, grandes praças,<br />

restaurantes subsidiados, bibliotecas e<strong>no</strong>rmes e eventos variados.<br />

Vários dogmas foram quebrados nessa prova para melhorar e<br />

internacionalizar as melhores universidades chinesas. Diretores e até<br />

reitores foram importados pelos chineses para treinar as equipes locais e<br />

literalmente mostrar o que os america<strong>no</strong>s têm para ensinar aos chineses<br />

na construção de grandes universidades.<br />

Como em qualquer ranking internacional de universidades o fator<br />

“cosmopolitismo <strong>no</strong> campus” é levado em conta, a <strong>China</strong> se abriu para<br />

professores e estudantes estrangeiros. Estima-se que mais de 20 mil<br />

estrangeiros tenham bolsas de estudo para cursar universidades chinesas.<br />

Por muito tempo, o país usou essas bolsas como ofensiva de charme para<br />

agradar gover<strong>no</strong>s asiáticos e africa<strong>no</strong>s, mas, com a ascensão chinesa,<br />

america<strong>no</strong>s e europeus também se inscrevem aos milhares para passar<br />

um a<strong>no</strong> ou até mais em um campus chinês.<br />

A <strong>no</strong>vata Faculdade de Direito Transnacional da Beida,<br />

localizada <strong>no</strong> campus de Shenzhen, sul da <strong>China</strong>, contratou para<br />

seu diretor o ex-presidente da Universidade Cornell, Jeffrey S. Lehman.<br />

Em conversa que tivemos em Pequim, ele me disse que os chineses o<br />

convidaram porque “queriam montar uma escola de Direito ao estilo<br />

america<strong>no</strong>, com mais debate e casos em sala de aula” e que o objetivo<br />

é que os graduandos possam prestar o exame em Nova York, quando se<br />

formarem, por volta de 2013.<br />

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