13.04.2013 Views

Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

josé e. cassiolato e helena m. m. lastres<br />

impulsionar a i<strong>no</strong>vação nas empresas e nas diferentes regiões e<br />

desenvolver capacitações em atividades específicas.<br />

Em meados dos a<strong>no</strong>s 2000, a estratégia toma um rumo mais claro,<br />

a partir da implementação, de fato, de políticas de desenvolvimento<br />

volta<strong>das</strong> a construir um país orientado para a i<strong>no</strong>vação. Em janeiro de<br />

2006, uma Conferência Nacional de Ciência e Tec<strong>no</strong>logia foi realizada em<br />

Pequim, durante a qual se produziu o Esboço de Planejamento Nacional<br />

de Médio e Longo Prazo da Ciência e Tec<strong>no</strong>logia (2006-2020). Este<br />

planejamento enfatizou a busca de i<strong>no</strong>vações autóctones (indige<strong>no</strong>us<br />

in<strong>no</strong>vation), volta<strong>das</strong> ao mercado local como a linha principal de<br />

construção de um país orientado para a i<strong>no</strong>vação.<br />

A ênfase na busca de i<strong>no</strong>vações autóctones, direciona<strong>das</strong> às<br />

especificidades da eco<strong>no</strong>mia e sociedade chinesas, representa o ponto<br />

culminante da política de desenvolvimento tec<strong>no</strong>lógico iniciada com o<br />

condicionamento do acesso de empresas estrangeiras ao mercado chinês<br />

por meio de compromissos de desenvolvimento tec<strong>no</strong>lógico na <strong>China</strong>.<br />

Este se tor<strong>no</strong>u um elemento central da política tec<strong>no</strong>lógica chinesa <strong>no</strong>s<br />

a<strong>no</strong>s 1990, mesmo que o gover<strong>no</strong> chinês jamais tenha formalmente<br />

utilizado o termo “acesso ao mercado por tec<strong>no</strong>logia”. Primeiro, o<br />

gover<strong>no</strong> usou o grande mercado chinês para pressionar as empresas<br />

estrangeiras a transferirem tec<strong>no</strong>logia para empresas locais e para<br />

protegê-las da competição internacional. Em informática e na indústria<br />

automobilística, o instrumento de política específico foi exigir que as<br />

multinacionais licenciassem a tec<strong>no</strong>logia para as empresas chinesas<br />

como uma pré-condição para seu investimento <strong>no</strong> país. Por exemplo,<br />

a política industrial para a indústria automobilística, sustentava que as<br />

pré-condições para o estabelecimento de uma joint venture são que as<br />

empresas devem criar instituições para o desenvolvimento tec<strong>no</strong>lógico<br />

e os produtos devem ser introduzidos <strong>no</strong> mercado chinês <strong>no</strong> mesmo<br />

nível do que aquele encontrado <strong>no</strong>s países desenvolvidos. Em segundo<br />

lugar, as multinacionais eram obriga<strong>das</strong> a vender a maioria de seus<br />

produtos <strong>no</strong> mercado internacional. O objetivo desta exigência era<br />

proteger as empresas domésticas da competição externa. Como apenas<br />

as empresas locais podem vender seus produtos para clientes na <strong>China</strong>,<br />

o resultado dessas políticas foi que a formação de joint ventures<br />

tor<strong>no</strong>u-se a principal forma de investimento na <strong>China</strong> por parte de<br />

empresas estrangeiras.<br />

460

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!