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Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

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francisco mauro brasil de holanda<br />

A tese aqui defendida é a de que não <strong>no</strong>s cabe uma posição apriorística<br />

de aproximação ou de afastamento, mas sim direcionar as relações<br />

num rumo que atenda aos <strong>no</strong>ssos objetivos, sem qualquer sentimento<br />

excludente em relação a outras parcerias. Para tanto, duas condições<br />

necessitam ser atendi<strong>das</strong>. Em primeiro lugar, reforçar a interlocução<br />

política com Pequim e estabelecer uma agenda de ganhos mútuos. Na<br />

visão de futuro que se espera de uma parceria estratégica, essa tarefa<br />

requer a administração de diferenças pontuais – como a implementação<br />

do tratamento de eco<strong>no</strong>mia de mercado para a <strong>China</strong>; as dificuldades<br />

à implementação dos contratos de exportação da EMBRAER; ou as<br />

dificuldades enfrenta<strong>das</strong> por empresas brasileiras que operam na <strong>China</strong>,<br />

na área de propriedade intelectual – de modo a evitar que contaminem o<br />

conjunto <strong>das</strong> relações. Em segundo, é necessário fazermos nós próprios<br />

o dever de casa que <strong>no</strong>s cabe, sobretudo na correção dos gargalos pelos<br />

quais somos responsáveis.<br />

Independentemente do prisma de análise, alguns pontos são lugar-<br />

-comum na identificação dos objetivos de <strong>no</strong>ssa relação com a <strong>China</strong>, os<br />

quais são listados a seguir, sem um esforço de priorização.<br />

Em primeiro lugar, ressalta a diversificação da pauta de exportações<br />

brasileiras. Em sua configuração atual, essa pauta não é condizente<br />

com aquilo que queremos para nós, nem com <strong>no</strong>ssa potencialidade, em<br />

termos de tradição industrial, atratividade para investimentos exter<strong>no</strong>s,<br />

dotação de recursos naturais, fontes energéticas re<strong>no</strong>váveis e capacitação<br />

tec<strong>no</strong>lógica. Tampouco me parece de interesse da <strong>China</strong> manter o status<br />

quo. Sem prejuízo do suprimento de <strong>no</strong>ssos recursos naturais, a <strong>China</strong><br />

terá muito a ganhar por meio de parcerias industriais e em serviços<br />

co<strong>no</strong>sco, <strong>no</strong> País ou em terceiros mercados – sobretudo na América do<br />

Sul e na África, continente onde o <strong>Brasil</strong> tem grande tradição de parcerias<br />

e projetos de cooperação, além de canais consolidados com diversos<br />

atores africa<strong>no</strong>s. A participação conjunta em projetos de infraestrutura<br />

na América do Sul poderá ser uma boa porta de entrada. Na direção<br />

oposta, a <strong>China</strong> poderá beneficiar-se da introdução em larga escala do<br />

eta<strong>no</strong>l na matriz energética asiática, em função do expertise brasileiro<br />

e dos programas nessa direção já em curso <strong>no</strong> Japão, na Tailândia, <strong>no</strong><br />

Vietnã, na Indonésia e nas Filipinas.<br />

Em segundo, <strong>Brasil</strong> e <strong>China</strong> são laboratórios por excelência de<br />

programas de inclusão social. Os conhecimentos que já acumulamos<br />

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