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Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

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amaury porto de oliveira<br />

brasileiros; e (3) Biocombustíveis, conversações em curso sobre produção<br />

<strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> de biodiesel, utilizando a tec<strong>no</strong>logia enzimática desenvolvida<br />

na Universidade Qinghua. Está ainda em organização um seminário<br />

bilateral sobre Mudança Climática, a ser realizado proximamente <strong>no</strong><br />

Rio de Janeiro.<br />

De quê trunfos dispõe o <strong>Brasil</strong> para participar com proveito desse<br />

esforço bilateral com a <strong>China</strong>? O gráfico da Scientific American distingue<br />

o <strong>Brasil</strong> com uma coluna própria e como o líder mundial <strong>no</strong> setor dos<br />

biocombustíveis, colocando-o, entre os BRICS, em posição melhor do<br />

que a atribuída à Índia, em que pese ao discurso corrente que pretende<br />

ver os india<strong>no</strong>s tomando a dianteira global sobre os chineses. O bom<br />

desempenho do <strong>Brasil</strong> decorre dos avanços obtidos com o eta<strong>no</strong>l da cana<br />

de açúcar, talvez o único programa de energia re<strong>no</strong>vável <strong>no</strong> mundo que<br />

obtém preços suficientemente baixos para competir com o petróleo. Mas<br />

com o defeito, conforme acentua um importante artigo em The Eco<strong>no</strong>mist<br />

(30.10.10), de produzir eta<strong>no</strong>l, não petróleo. Para satisfazer plenamente<br />

às exigências do sistema energético mundial, o combustível obtido de<br />

plantas (cana de açúcar, milho, etc.) precisará ser um hidrocarboneto, com<br />

moléculas quimicamente muito mais semelhantes às dos combustíveis<br />

de origem mineral já em uso universal, e capaz de obter um valor de<br />

mercado superior ao do eta<strong>no</strong>l. Os contatos já iniciados entre a COPPE<br />

e a Universidade Qinghua parecem ir ao sentido da obtenção de um<br />

combustível deste tipo, que o semanário londri<strong>no</strong> chama drop in fuel, e<br />

que, entre outras vantagens, possuirá a de não ficar sujeito às barreiras<br />

tarifárias e outras levanta<strong>das</strong> contra o eta<strong>no</strong>l. Grandes multinacionais<br />

da energia estão trabalhando para produzir drop in fuels, destacando-se<br />

uma parceria entre a Shell e o grupo brasileiro Cosan, o terceiro entre<br />

os produtores de açúcar <strong>no</strong> país.<br />

Em artigo na Folha de S. Paulo (27.06.11), o Professor Ricardo<br />

Abramovay, da USP, deteve-se <strong>no</strong> desafio com que se defrontam as<br />

energias re<strong>no</strong>váveis, tendo de superar o montante da energia que se extrai<br />

de um barril de petróleo (ou do equivalente em termos de carvão ou gás).<br />

A eficiência energética do petróleo caiu sistematicamente ao longo do<br />

século XX. Enquanto na altura de 1940 cada unidade de energia investida<br />

em petróleo rendia o equivalente a 110 unidades de energia, <strong>no</strong> petróleo<br />

hoje extraído em plataformas de alto mar, como <strong>no</strong> caso do Pré-Sal, a<br />

razão é de um para dez. Mais um motivo para que se acelere a transição<br />

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