13.04.2013 Views

Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

amaury porto de oliveira<br />

que os exportadores brasileiros parecem desconhecer as transformações<br />

que vão ocorrendo na <strong>China</strong>. O <strong>Brasil</strong> continua somente reagindo à<br />

demanda chinesa, permitindo ao país asiático conduzir o relacionamento.<br />

O gover<strong>no</strong> e o empresariado brasileiro não dispõem de canais e<br />

instrumentos efetivos para influenciar a seu favor decisões que venham<br />

a ser toma<strong>das</strong> na <strong>China</strong>. Não temos especialistas em assuntos chineses;<br />

contam-se <strong>no</strong>s dedos as pessoas que dominam o mandarim; e só agora<br />

começam a surgir, <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, os institutos voltados para essas temáticas.<br />

Durante a visita da Presidente Dilma Roussef à <strong>China</strong> (abril de 2011),<br />

a imprensa brasileira fez grande alarde da decisão de firmas chinesas de<br />

abrirem unidades produtoras <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>. A Foxconn, empresa taiwanesa,<br />

mas que tem 86% da sua receita anual obtida na <strong>China</strong> continental,<br />

anunciou que vai instalar <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> algumas <strong>das</strong> linhas de montagem que<br />

ela opera para transnacionais como a Apple. A TCL, com um complexo<br />

industrial na cidade de Shenzen e ações cota<strong>das</strong> na bolsa de Hong Kong,<br />

tem pla<strong>no</strong>s para instalar <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> uma fábrica de celulares. A ZTE,<br />

baseada na cidade de Xian e visitada pessoalmente pela Presidente, tem<br />

pla<strong>no</strong>s mais concretos para investir US$ 200 milhões numa fábrica de<br />

celulares e equipamentos para redes de telefonias, em Hortolândia, SP.<br />

A Huawei, principal concorrente da ZTE na <strong>China</strong>, também revelou<br />

a intenção de investir US$ 350 milhões <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>. Mesmo que todos<br />

esses projetos se concretizem, cabe observar que eles se referem a fases<br />

maduras <strong>das</strong> TI e são motivados por considerações do cenário inter<strong>no</strong><br />

chinês. O aumento <strong>no</strong>s custos de produção <strong>no</strong> mercado chinês e a<br />

tendência à valorização do yuan estão levando firmas chinesas a buscar<br />

outros países para produzir seus velhos produtos. Maior atenção merecem<br />

os anúncios da ZTE e, sobretudo, da Huawei de que pretendem instalar<br />

centros de pesquisas <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>. Cumpre acompanhar de perto essas<br />

promessas e ver com que se orientem para áreas realmente i<strong>no</strong>vadoras.<br />

Potencialmente, o <strong>Brasil</strong> tem condições de ajudar na solução de<br />

dificuldades da <strong>China</strong> em pelo me<strong>no</strong>s três áreas desafiadoras do parceiro<br />

asiático: a segurança alimentar; a segurança ambiental; e a segurança<br />

energética. A <strong>China</strong> já depende fortemente da importação de petróleo;<br />

vai depender cada vez mais da importação de alimentos; e com a<br />

aceleração do processo de urbanização terá de dar atenção crescente ao<br />

desenvolvimento <strong>das</strong> TE. Tec<strong>no</strong>logias essas que farão a diferença em cada<br />

uma <strong>das</strong> três áreas cita<strong>das</strong>. Mas quando se desce ao nível da realidade,<br />

422

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!