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Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

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affonso ouro preto<br />

A importância da <strong>China</strong>, potência ascendente e principal parceira<br />

comercial do <strong>Brasil</strong>, justificaria o esforço <strong>das</strong> consultas.<br />

O Poder Público, partindo de suas definições de interesse nacional, se<br />

beneficiará <strong>das</strong> sondagens de opinião que serão oportunas para desenhar<br />

as linhas dessa estratégia. Será oportu<strong>no</strong> levar em conta certos fatores.<br />

Em primeiro lugar, como foi dito e repetido, o <strong>Brasil</strong> concentra hoje<br />

cada vez mais as suas exportações para a <strong>China</strong>, num número reduzido<br />

de commodities de reduzido valor agregado. Duas se destacam ainda que<br />

existam outras. São a soja e o minério de ferro.<br />

A soja conhece hoje apenas três grandes produtores – são, seguindo<br />

a ordem de importância, os EUA, o <strong>Brasil</strong> e a Argentina. O minério de<br />

ferro é produzido em grande escala, apenas por dois países – a Austrália<br />

e o <strong>Brasil</strong>. Seria o caso de lembrar que a <strong>China</strong>, na sua estonteante<br />

expansão, dependerá cada vez mais dessas commodities. Cabe ter em<br />

mente dois fatores. Em primeiro lugar a <strong>China</strong>, seguindo certamente<br />

o mais elementar bom senso, evitará conceder a um dos seus grandes<br />

fornecedores, uma posição de mo<strong>no</strong>pólio. Em outras palavras, precisará<br />

de todos, inclusive do <strong>Brasil</strong>. Evitando usar a expressão “posição de<br />

força” que daria lugar a uma impressão de antagonismo, o <strong>Brasil</strong> se<br />

encontra numa situação privilegiada frente à <strong>China</strong> <strong>no</strong> que diz respeito<br />

ao fornecimento <strong>das</strong> cada vez mais indispensáveis commodities. Por ouro<br />

lado, por motivos de oferta de terras, o <strong>Brasil</strong> se encontra, frente à <strong>China</strong>,<br />

como o país que poderá com mais facilidade aumentar sensivelmente a<br />

sua produção de soja.<br />

A grande empresa brasileira, exportadora de minério, já demonstrou,<br />

recentemente, a sua capacidade de levar o seu principal consumidor,<br />

a <strong>China</strong>, a aceitar os aumentos sensíveis de preços cobrados, o que<br />

demonstra a posição favorável em que se encontram certos fornecedores<br />

de commodities.<br />

O <strong>Brasil</strong>, em suma, como fornecedor desses produtos, encontra-se<br />

numa posição cômoda em que pode apresentar pedidos que tendem a<br />

ser necessariamente levados em conta.<br />

Qualquer estratégia escolhida pelo <strong>Brasil</strong> tenderá, portanto a ser<br />

escutada com atenção.<br />

Sem pretender desenhar aqui os contor<strong>no</strong>s de uma estratégia pode-se<br />

imaginar que o projeto brasileiro se desdobre em três níveis que não se<br />

excluem.<br />

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