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Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

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asil-china: políticas de ciência e tec<strong>no</strong>logia, diferenças e desafios<br />

praticamente obrigando significativa transferência de tec<strong>no</strong>logia, direta ou<br />

indiretamente, aos que lá se instalam, além de criar, ou forçar, condições<br />

para diversos spillovers; muitos malgré a própria vontade ou projeto do<br />

empresário estrangeiro. Histórias nesse sentido são frequentes, da parte<br />

dos <strong>no</strong>rte-america<strong>no</strong>s, europeus e até brasileiros, embora me<strong>no</strong>s por parte<br />

dos asiáticos. Finalmente, a abertura traduz-se também <strong>no</strong> esforço em<br />

adquirir conhecimentos fora e completar o aprendizado em centros de<br />

excelência <strong>no</strong> exterior. Apenas como ilustração, de cada sete títulos de<br />

Ph.D. concedidos <strong>no</strong>s EUA, um é para um cidadão chinês 5 .<br />

O segundo diz respeito ao progressivo estabelecimento de uma<br />

rede nacional de telecomunicações eficiente e razoavelmente barata.<br />

Essa infraestrutura, controlada por um mo<strong>no</strong>pólio estatal, a <strong>China</strong><br />

Mobile, fecha o círculo virtuoso de um uso intensivo de tec<strong>no</strong>logias<br />

de informação, aumentando e aprimorando a difusão <strong>das</strong> i<strong>no</strong>vações,<br />

processos e comandos.<br />

A combinação desses pontos essenciais – parte de um conjunto mais<br />

extenso – permite vislumbrar, ainda e sempre com admiração, por que,<br />

em um intervalo de aproximadamente 20 a<strong>no</strong>s, o país mudou de um<br />

exportador extremamente competitivo de pentes de plástico e calçados de<br />

terceira, senão quinta categoria, para um provedor, em ritmo crescente,<br />

de manufaturados cada vez mais sofisticados e de melhor qualidade.<br />

Obviamente, há críticos ao sistema de C&T e seus resultados.<br />

Na área da educação superior, levanta-se suspeitas ou mesmo<br />

acusações de corrupção; excessivo intervencionismo político <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> e<br />

na pesquisa; excesso de plágio; e um extremo favorecimento à quantidade<br />

e à sua rápida expansão, em forte detrimento da qualidade. Essas e outras<br />

críticas, porém, não empanam o êxito fe<strong>no</strong>menal alcançado, que justifica,<br />

a meu ver, a co<strong>no</strong>tação dos tempos de hoje como uma Era Magnífica<br />

(shengshi), conceito usado pelos círculos oficiais.<br />

Entretanto, há algo a acrescentar, <strong>no</strong> mínimo, em nível de conjectura.<br />

3. Fragmentação: uma Conjectura<br />

O processo de inserção da <strong>China</strong> <strong>no</strong>s fluxos de comércio internacional,<br />

a partir do final da década de 70, deu-se de modo bastante bem planejado.<br />

5 Shijie ribao de 9 de abril de 2010, página A1. Agradeço a Cheng Li, da Brookings Institution,<br />

EUA, essa e outras indicações.<br />

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