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Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

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damares de castro monte<br />

O efeito <strong>das</strong> mudanças climáticas nas ren<strong>das</strong> rurais é complicado.<br />

As análises mostram que o impacto media<strong>no</strong> <strong>das</strong> altas temperaturas<br />

nas receitas líqui<strong>das</strong> <strong>das</strong> culturas agrícolas é negativo, mas isso pode<br />

ser parcialmente compensado por ganhos resultantes de um inesperado<br />

aumento nas precipitações. Os efeitos <strong>das</strong> mudanças climáticas <strong>no</strong>s<br />

produtores rurais irão variar dependendo dos métodos de produção<br />

utilizados. Os produtores que dependem <strong>das</strong> chuvas estarão mais<br />

vulneráveis aos aumentos da temperatura do que os que trabalham com<br />

cultivos irrigados, e os efeitos vão variar conforme a estação e a região 15 .<br />

Assim, a <strong>China</strong>, <strong>no</strong> seu 12° Pla<strong>no</strong> Quinquenal, decidiu investir na<br />

segurança alimentar, com foco na sustentabilidade e <strong>no</strong> meio ambiente.<br />

Fica, <strong>no</strong> entanto, a preocupação com o efeito do aumento da capacidade de<br />

consumo do povo chinês, o que certamente será um desafio para a <strong>China</strong>,<br />

de implementar o seu pla<strong>no</strong> de crescimento econômico com redução<br />

do impacto <strong>no</strong> meio ambiente. Muito provavelmente só ocorrerá se o<br />

país adotar o crescimento econômico associado ao consumo consciente,<br />

conforme proposto por Chandran Nair 16 . Se isso ocorrer, a <strong>China</strong> poderá<br />

vir a ser o líder de um <strong>no</strong>vo modelo de desenvolvimento econômico<br />

sustentável, que não seja baseado totalmente <strong>no</strong> modelo de crescimento<br />

pelo aumento da produção e do consumo.<br />

A <strong>China</strong> é um importador líquido de alimentos e passou <strong>no</strong> último<br />

a<strong>no</strong> a ser o maior importador dos produtos agrícolas brasileiros, tendo<br />

a soja como principal produto. Apesar disso, o <strong>Brasil</strong> entende que as<br />

providências que possibilitariam, concretamente, o comércio de alguns<br />

produtos entre os dois países não têm avançado como poderiam 17 . Mais<br />

recentemente, entretanto, a <strong>China</strong> deu demonstrações concretas de querer<br />

melhorar sua relação comercial com o <strong>Brasil</strong>, através de investimentos<br />

recentes em infraestrutura e agronegócio <strong>no</strong> país.<br />

Em síntese, pode-se dizer que quatro fatos significantes diferenciam<br />

profundamente a agricultura chinesa da brasileira: a) O <strong>Brasil</strong> tem um dos<br />

setores agrícolas mais liberais do mundo, enquanto a agricultura chinesa,<br />

apesar <strong>das</strong> recentes reformas de liberalização, continua sob intervenção<br />

do Estado, particularmente <strong>no</strong> que tange ao comércio internacional de<br />

15 WANG, J., HUANG, J. e ROZELLE, S., Climate Change and <strong>China</strong>’s Agricultural Sector:<br />

An Overview of Impacts, Adaptation and Mitigation. ICTSD. Brief 5.<br />

16 NAIR, Chandran. In: Consumptio<strong>no</strong>mics- Asia´s role in reshaping capitalism and saving the<br />

planet. 2011.<br />

17 MAPA. Intercâmbio Comercial do Agronegócio 2010.<br />

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