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Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

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anna jaGuaribe<br />

criação de centros de pesquisa e desenvolvimento associados à empresa.<br />

No caso do <strong>Brasil</strong>, a questão tec<strong>no</strong>lógica embora central a preocupação<br />

desenvolvimentista foi, me<strong>no</strong>s significativa como política e muito<br />

negligenciada pelo pensamento econômico hegemônico. Durante toda a<br />

década de 80 e também durante os 90 o debate sobre política tec<strong>no</strong>lógica<br />

era marcado pelas incongruências entre política econômica, política<br />

industrial e tec<strong>no</strong>lógica. Houve pouco planejamento de longo prazo e<br />

falta uma narrativa comum, mesmo hoje o debate continua contraditório.<br />

A transformação da <strong>China</strong> em centro de i<strong>no</strong>vações secundária e<br />

de maestria produtiva é de tal ordem que analistas america<strong>no</strong>s como<br />

Gary Pisa<strong>no</strong> e Willy Shih 9 hoje acreditam que a tendência americana de<br />

exportação de capacidade manufatureira compromete de forma decisiva<br />

o crescimento econômico america<strong>no</strong>.<br />

Pisa<strong>no</strong> e Shih defendem o retor<strong>no</strong> a manufatura como indispensável a<br />

preservação do industrial “commons”, ou seja, <strong>das</strong> capacidades tangíveis<br />

e intangíveis de produção e manufatura que garantem a existência do<br />

mundo da produção e a relação virtuosa entre produção, i<strong>no</strong>vação e<br />

crescimento.<br />

Novamente os dados comparativos com o <strong>Brasil</strong> são interessantes.<br />

Em 2008 os dispêndios domésticos em P&D como percentagem do PIB<br />

são de 1.5% para a <strong>China</strong> em 2008 e 1.1% para o <strong>Brasil</strong>. Já a participação<br />

do setor privado <strong>no</strong> financiamento a P&D varia de 70% do total para a<br />

<strong>China</strong> a 46,9% para o <strong>Brasil</strong> 10 .<br />

44<br />

O Planejamento<br />

Esta trajetória não é explicável fora de uma análise da dialética entre<br />

o planejamento a longo prazo e a política industrial, que produz uma<br />

espécie de funcionalidade sistêmica e permite os saltos de programa tais<br />

como os feitos <strong>no</strong> início <strong>das</strong> reformas em 78 e depois em 92 e se anuncia<br />

agora <strong>no</strong> pós-crise.<br />

Características deste processo são as on<strong>das</strong> desde os a<strong>no</strong>s 90 de<br />

privatização e centralização de parte do aparelho do estado. A criação<br />

da SASAC como instrumento de política para as grandes estatais que<br />

sucede a privatização de parte <strong>das</strong> empresas do Estado.<br />

9 Gary Pisa<strong>no</strong> e Willy Shih, Restoring American Competitiveness, Harvard Business Review, 2009.<br />

10 Ministério de Ciência e Tec<strong>no</strong>logia , 2011.

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