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Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

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josé e. cassiolato e helena m. m. lastres<br />

Destacam-se, em especial, as relações entre atores de um ou mais sistemas<br />

produtivos, para não mencionar as atividades me<strong>no</strong>s formais volta<strong>das</strong><br />

à i<strong>no</strong>vação.<br />

Como vimos acima, grande parte do sucesso chinês deveu-se a se<br />

ter adotado uma perspectiva sistêmica da i<strong>no</strong>vação, cuidando-se dos<br />

diferentes aspectos que influenciam a evolução sistema nacional de<br />

i<strong>no</strong>vação e de seus subsistemas. A estratégia chinesa cuidou também de<br />

vincular o acesso ao seu mercado inter<strong>no</strong> a uma série de exigências por<br />

parte <strong>das</strong> subsidiárias de empresas transnacionais. Isto, associado a uma<br />

complexa política de suporte ao capital e tec<strong>no</strong>logia nacional, permitiu<br />

o surgimento e crescimento de empresas chinesas que passaram por<br />

diferentes etapas de um complexo processo de aprendizado protegido da<br />

concorrência externa, mas com intensa concorrência interna com outras<br />

empresas locais.<br />

Além de alocar recursos crescentes a programas voltados ao<br />

desenvolvimento tec<strong>no</strong>lógico e à i<strong>no</strong>vação, o gover<strong>no</strong> chinês perseguiu<br />

uma estratégia voltada a aproveitar as suas especificidades, isto é,<br />

a implementar i<strong>no</strong>vações direciona<strong>das</strong> ao contexto sociopolítico e<br />

econômico chinês. Ao longo da última década, a política centrou-se <strong>no</strong><br />

apoio a trajetórias tec<strong>no</strong>lógicas específicas, longe daquelas persegui<strong>das</strong><br />

pelos países mais avançados com a definição de sete atividades a serem<br />

prioriza<strong>das</strong> (as chama<strong>das</strong> sete atividades mágicas). O enfrentamento<br />

da crise de 2007 e 2008 permitiu ao gover<strong>no</strong> chinês definir estas <strong>no</strong>vas<br />

atividades estratégicas que destacam as tec<strong>no</strong>logias volta<strong>das</strong> a um <strong>no</strong>vo<br />

paradigma tec<strong>no</strong>lógico baseado num uso me<strong>no</strong>s intensivo de recursos<br />

naturais, direcionado a uma eco<strong>no</strong>mia de baixo carbo<strong>no</strong> e me<strong>no</strong>s<br />

dependente de recursos finitos. A política ainda resgata a importância de<br />

se utilizar estrategicamente todos os instrumentos disponíveis, como o<br />

exemplo do uso da propriedade intelectual acima apresentado. Assim, a<br />

política chinesa resgata a importância de vincular a política explícita de<br />

desenvolvimento produtivo e tec<strong>no</strong>lógico à política implícita.<br />

Esta complexa estratégia encontra elemento de síntese mais<br />

recentemente a partir da publicação do 12º Pla<strong>no</strong> de 2011-15 com o<br />

seu foco na sustentabilidade do crescimento, uma diminuição de 40 a<br />

45% na intensidade de carbo<strong>no</strong> e a decisão adotada pelo Conselho de<br />

Estado em setembro de 2010 de acelerar o desenvolvimento de indústrias<br />

estratégicas emergentes, as <strong>no</strong>vas sete atividades estratégicas: eco<strong>no</strong>mia<br />

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