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Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

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o canto da sereia<br />

então 9 . Os benefícios imediatos dessas mudanças são muito atrativos. Isto<br />

porque aumentam a lucratividade dos produtores de bens básicos e os<br />

retor<strong>no</strong>s dos investimentos <strong>no</strong> setor, barateiam os produtos importados,<br />

permitem à população em geral o acesso a viagens internacionais e<br />

ao consumo de bens e serviços antes restritos apenas às classes mais<br />

abasta<strong>das</strong> e favorecem a acumulação de reservas internacionais e<br />

o endividamento em moeda estrangeira pelas empresas e bancos.<br />

Infelizmente, esses benefícios podem trazer consigo implicações adversas<br />

não negligenciáveis. Isto porque a mudança dos termos de troca em favor<br />

de commodities por período relativamente longo estimula a produção e<br />

exportação de produtos básicos, desestimula a produção e exportação de<br />

produtos manufaturados 10 e aumenta a exposição da eco<strong>no</strong>mia a choques<br />

exter<strong>no</strong>s.<br />

Os preços dos produtos básicos e semimanufaturados experimentaram<br />

elevado aumento na segunda metade da década de 2000 (tabela 2).<br />

Como consequência, os produtos básicos e semimanufaturados, que<br />

representavam 43,5% da pauta <strong>das</strong> exportações em 2006, saltaram para<br />

58,6% já em 2010. Para 2011, estima-se que eles serão ao me<strong>no</strong>s 64%<br />

do total <strong>das</strong> exportações, sendo os básicos responsáveis por ao me<strong>no</strong>s<br />

51%. Os manufaturados, por sua vez, passaram de 54,3% da pauta, em<br />

2006, para 39,4%, em 2010.<br />

9 De acordo com o Banco Central, a taxa de câmbio efetiva real (IPCA) entre 2005 e junho de<br />

2011 (dados com média anual) foi de 35,2%. A valorização do real será maior se o cálculo for<br />

feito para a<strong>no</strong>s da primeira metade da década de 2000.<br />

10 Se, por um lado, a importação de produtos a preços baixos é benéfica para a competição e a<br />

formação dos preços inter<strong>no</strong>s, por outro lado, a rápida e crescente parcela <strong>das</strong> importações <strong>no</strong><br />

consumo aparente, que saltou de 14,6%, em 2005, para 21,8%, em 2010 (fonte: FIESP), eleva<br />

os riscos inflacionários do pass-through associado a eventuais mudanças repentinas <strong>no</strong>s termos<br />

de troca. Num contexto de indexação de vários preços e instrumentos financeiros (ex. energia,<br />

LTNs), mercado de trabalho aquecido e rápida e crescente participação dos bens intermediários<br />

importados na cadeia produtiva nacional, eventuais choques <strong>no</strong>s termos de troca e <strong>no</strong> câmbio<br />

poderão ter efeitos significativos de propagação e persistência da inflação.<br />

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