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Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

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china brasil<br />

Outros acreditam que a crise chinesa começou em fins do século<br />

XVIII após os longos reinados da dinastia Qing, a qual poderia ter<br />

marcado o apogeu do Império chinês.<br />

No final do século começaram os contatos diretos com o mundo<br />

ocidental. A malsucedida embaixada britânica que teve lugar <strong>no</strong> fim do<br />

século XVIII, em 1792, marcou a primeira tentativa ocidental de levar<br />

a <strong>China</strong> a abrir as suas fronteiras em favor de um país onde já começara<br />

a revolução industrial.<br />

O Império chinês passou a enfrentar <strong>no</strong> século XIX o longo<br />

(e desastroso) desafio de sua confrontação com o Ocidente.<br />

O choque para a <strong>China</strong> foi particularmente trágico na medida em que<br />

o país se definia, na sua tradição, como o Rei<strong>no</strong> do Meio além do qual<br />

existiam povos tributários ou então bárbaros. Era impensável, na época,<br />

manter relações diplomáticas em nível de igualdade com outros Estados,<br />

seguindo uma visão “vestfaliana” do mundo. A <strong>China</strong> se definia, então,<br />

como uma entidade política única, algo semelhante ao que havia sido o<br />

império roma<strong>no</strong> <strong>no</strong> Ocidente.<br />

Por outro lado, a <strong>China</strong> possuía uma dinastia estrangeira – manchu – a qual<br />

havia certamente sido consideravelmente “sinizada”. Essa característica<br />

de dinastia estrangeira, todavia, tornava mais difícil expressar uma<br />

resistência nacional frente ao estrangeiro como ocorreu <strong>no</strong> Japão<br />

(Carvalho Lyra). Com a Primeira guerra do Ópio (1839-1842) e o início<br />

da abertura obrigada da <strong>China</strong> aos imperialismos europeus, tor<strong>no</strong>u-se<br />

patente a incapacidade chinesa de então de opor qualquer resistência<br />

efetiva às invasões que se sucederam com a imposição dos “tratados<br />

injustos” que humilharam profundamente o orgulho do país consciente<br />

de sua grande civilização. Na Segunda guerra do ópio, Pequim foi ocupada<br />

e o Palácio de Verão dos Imperadores saqueado pelos franco-britânicos.<br />

Em 1894-95 após outra guerra humilhante, o Japão impôs o tratado de<br />

Simo<strong>no</strong>seki e anexou Taiwan, ocupando posteriormente a Coreia.<br />

Simultaneamente com as guerras estrangeiras desastrosas e a<br />

consequentes ocupações de parcelas do território nacional (como Hong<br />

Kong após a primeira guerra do Ópio, mas não só), a <strong>China</strong> enfrentou<br />

grandes rebeliões internas.<br />

Particularmente violenta foi a rebelião dos Taipings em meados<br />

do século XIX. Baseada numa ideologia que expressava uma mescla<br />

de cristianismo, de puritanismo e de taoísmo com uma forte co<strong>no</strong>tação<br />

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