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Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

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jorGe arbache<br />

déficits <strong>das</strong> contas correntes, que mantém a eco<strong>no</strong>mia permanentemente<br />

exposta a choques exter<strong>no</strong>s. Após alguns breves a<strong>no</strong>s de saldo positivo<br />

em meados dos a<strong>no</strong>s 2000, as contas externas voltaram a se deteriorar e,<br />

de acordo com projeções do FMI 5 , o déficit <strong>das</strong> contas correntes deverá<br />

se situar na casa de -3,4% <strong>no</strong>s próximos a<strong>no</strong>s. É amplamente aceito<br />

<strong>no</strong>s círculos econômicos e financeiros <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> que o crescimento <strong>das</strong><br />

exportações para a <strong>China</strong> e a elevação dos investimentos diretos chineses<br />

ajudarão a manter as contas externas sob controle 6 .<br />

As relações econômicas com a <strong>China</strong> também contribuem para<br />

combater outra chaga brasileira, as persistentes pressões inflacionárias.<br />

Apesar do sucesso do Pla<strong>no</strong> Real, a inflação tem se mantido relativamente<br />

elevada, tendo alcançado uma média de 6,8% entre 1995 e 2010. As<br />

crescentes importações de bens de consumo e bens intermediários da<br />

<strong>China</strong> têm contribuído para manter os preços de bens de consumo<br />

relativamente estáveis e até mesmo cadentes. Para as dezenas de milhões<br />

de consumidores que ascenderam <strong>das</strong> classes sociais mais baixas <strong>no</strong>s<br />

últimos a<strong>no</strong>s, a aquisição em massa de produtos chineses – de calçados<br />

e aparelhos de ar condicionado a automóveis de baixo preço – pode ser<br />

vista como um dos símbolos da <strong>no</strong>va classe média brasileira.<br />

3. O canto da sereia<br />

O <strong>Brasil</strong> vem se beneficiando <strong>das</strong> mudanças <strong>no</strong>s termos de troca 7<br />

e dos crescentes influxos de recursos internacionais desde meados<br />

da década passada 8 . Tais mudanças têm, <strong>no</strong> entanto, contribuído para<br />

pressionar a taxa de câmbio, que se valoriza substancialmente desde<br />

5 IMF, World Eco<strong>no</strong>mic Outlook, April 2011.<br />

6 Segundo o Jornal Valor Econômico (13/06/2011), a relação econômica entre <strong>Brasil</strong> e <strong>China</strong><br />

estaria entrando em uma fase inédita, na qual o país asiático estaria disposto a financiar os<br />

déficits brasileiros que ele mesmo possa gerar com o desequilíbrio provocado pela exportação<br />

de produtos manufaturados ao mercado brasileiro e importação de commodities.<br />

7 Os termos de troca têm sido amplamente favoráveis às exportações de produtos básicos e<br />

semimanufaturados e às importações brasileiras desde cerca de 2005. De acordo com projeção<br />

do FMI, apenas em 2010 os termos de troca cresceram 17,7%.<br />

8 Após a<strong>no</strong>s de fraca entrada de recursos, em 2005 o investimento estrangeiro direto e o<br />

investimento estrangeiro em carteira se recuperaram e somaram US$ 21,7 bilhões, tendo crescido<br />

continuamente desde então. Em 2010, eles chegaram a US$ 116,2 bilhões, sendo US$ 67,8<br />

bilhões em investimento em carteira atraídos pelas taxas de juros eleva<strong>das</strong>.<br />

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