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Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

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affonso ouro preto<br />

Em suma, diante <strong>das</strong> críticas e acusações de que os interesses tanto<br />

nacionais quanto setoriais não seriam atendidos, inaugurou-se <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong><br />

um debate a respeito <strong>das</strong> relações, sobretudo comercias, com a <strong>China</strong>.<br />

Essa discussão é visível não só <strong>no</strong>s meios especializados, <strong>no</strong>s partidos<br />

políticos, <strong>no</strong>s sindicatos patronais e operários em setores da Academia<br />

e da Administração enfim <strong>no</strong> conjunto da sociedade brasileira.<br />

Esse debate tem repercutido intensamente na imprensa a qual tem<br />

sido, frequentemente, severa nas suas críticas.<br />

Solicita-se uma atitude mais “enérgica” por parte <strong>das</strong> autoridades<br />

brasileiras na pretensa defesa de interesses nacionais ameaçados. Sugere-se,<br />

em suma, um afastamento da <strong>China</strong>. O “outro”, <strong>no</strong> caso o chinês, quer<br />

o estado ou a indústria chinesa, são apresentados com frequência como<br />

aquele que usa métodos desleais que prejudicam os interesses legítimos<br />

do país.<br />

Essa atitude reflete uma atitude defensiva, introvertida, frente ao<br />

exterior. Expressa uma visão até certo ponto, de recusa <strong>das</strong> condições hoje<br />

vigentes <strong>no</strong> mundo e <strong>das</strong> transformações modernas que se desenvolvem<br />

agora. No caso da <strong>China</strong>, chega a traduzir um grau de preconceito.<br />

Traduz, sobretudo, um profundo desconhecimento do que seja a <strong>China</strong><br />

bem como <strong>das</strong> realidades políticas e econômicas do mundo moder<strong>no</strong><br />

na medida em que <strong>no</strong> fundo solicita-se uma política de protecionismo,<br />

mais ou me<strong>no</strong>s sistemático, frente ao gigante asiático. Traduz igualmente<br />

uma dificuldade em aceitar o mundo peque<strong>no</strong> e globalizado em que se<br />

transformou o planeta.<br />

Parcelas consideráveis da opinião brasileira, sobretudo da classe<br />

média, vivem, ainda numa ubres pró-ocidental que não lhe permitiu<br />

entender até agora as grandes transformações que se verificam <strong>no</strong> mundo<br />

moder<strong>no</strong> cujo centro se desloca do Atlântico para o Pacífico.<br />

A <strong>China</strong> hoje é a segunda potência econômica do mundo e o seu<br />

crescimento continua de maneira praticamente ininterrupta. Ela é<br />

e continuará a ser aceita <strong>no</strong> concerto <strong>das</strong> Nações onde desempenha<br />

um papel cada vez mais importante. O mundo vive e não poderá<br />

deixar de viver com a <strong>China</strong>. A eco<strong>no</strong>mia chinesa teve aliás um<br />

papel importante <strong>no</strong> esforço de superação da grande crise de 2008<br />

por países emergentes inclusive o <strong>Brasil</strong>. Desempenha um papel<br />

de grande importância para a eco<strong>no</strong>mia brasileira. A criação de<br />

barreiras ao comércio bilateral dificilmente atenderia ao interesse<br />

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