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Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

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o xii pla<strong>no</strong> quinquenal da china: consequências para o brasil<br />

tanto do ponto de vista da política externa quanto <strong>das</strong> oportunidades<br />

para o setor privado. Apesar de ser um documento essencialmente para<br />

consumo doméstico, <strong>no</strong> sentido em que foi elaborado como instrumento<br />

de divulgação do gover<strong>no</strong> para o povo chinês, o Pla<strong>no</strong> não pode ser<br />

ig<strong>no</strong>rado pelos atores sociais brasileiros que atuam nas relações com a<br />

<strong>China</strong>, tais como o gover<strong>no</strong>, o setor privado e o mundo acadêmico.<br />

2. Abordagem<br />

Vê-se, <strong>no</strong> âmbito acadêmico e na mídia, duas interpretações populares<br />

da orientação do gover<strong>no</strong> chinês e o papel do planejamento econômico<br />

numa eco<strong>no</strong>mia cada vez mais capitalista. Alguns autores argumentam<br />

que o gover<strong>no</strong> chinês é bem mais fraco do que parece, e veem o Pla<strong>no</strong><br />

Quinquenal como resultado do temor que o gover<strong>no</strong> sente diante de<br />

ameaças internas, fruto do descontentamento de parcela relevante da<br />

população e que tem resultado em protestos em várias regiões do país<br />

(Shirk, 2007). Por outro lado, acadêmicos e analistas afirmam que a<br />

<strong>China</strong> é uma superpotência, com capacidade de alterar unilateralmente<br />

o cenário mundial, e encaram o Pla<strong>no</strong> Quinquenal (com entusiasmo ou<br />

receio) como reflexo do imenso poder que o Partido Comunista ainda<br />

tem sobre a eco<strong>no</strong>mia, política e sociedade chinesas. Nesta segunda<br />

perspectiva, o resultado <strong>no</strong> âmbito internacional seria uma potencial<br />

hegemonia chinesa, de caráter essencialmente neocolonialista (Halper,<br />

2010, Jacques 2009).<br />

Essas perspectivas são tão tentadoras quanto fáceis, uma vez que<br />

simplificam o pa<strong>no</strong>rama inter<strong>no</strong> da <strong>China</strong> e as motivações da sua<br />

política externa. Este artigo adota uma abordagem mais empírica,<br />

deixando de lado esses pressupostos grandiosos e analisando de forma<br />

mais sistemática os interesses do estado chinês e, por consequência, as<br />

oportunidades e desafios que eles geram para o <strong>Brasil</strong> e outros países ditos<br />

emergentes. Por isso, uma análise mais profunda do Pla<strong>no</strong> Quinquenal<br />

deve incluir não apenas o seu conteúdo – tanto o que ele diz quanto o<br />

que ele deixa de fora – mas também o tom <strong>no</strong> qual ele é divulgado. Os<br />

discursos e entrevistas que acompanham o lançamento de cada pla<strong>no</strong><br />

sinalizam algumas <strong>das</strong> motivações por trás <strong>das</strong> <strong>no</strong>vas metas, assim como<br />

o teor da relação entre o Estado e o povo chinês. Para interpretar o pla<strong>no</strong><br />

e suas possíveis consequências para outros países, este tipo de análise<br />

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