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Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

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o xii pla<strong>no</strong> quinquenal da china: consequências para o brasil<br />

Enfrentaremos desafios extremamente difíceis e situações domésticas e<br />

internacionais muito complexas. Devemos trabalhar muito se queremos ter<br />

sucesso <strong>no</strong> em todos estes aspectos e alcançar os objetivos que estabelecemos.<br />

Devemos estar cientes dos perigos à frente e manter a calma. Ao mesmo tempo,<br />

temos que preservar a autoconfiança. A autoconfiança é como o sol: ela <strong>no</strong>s traz<br />

luz e esperança. Tenho apenas mais dois a<strong>no</strong>s como primeiro-ministro. Faço o<br />

meu trabalho com a mesma dedicação de um camponês cuidando da sua lavoura.<br />

E estou determinado a concluir esse trabalho com sucesso (Wen, 2011).<br />

O tom cauteloso do primeiro ministro reflete o conteúdo do Pla<strong>no</strong><br />

– uma série de documentos que parecem traçar uma reorientação do<br />

modelo de desenvolvimento chinês, com repercussões para todos os<br />

setores da eco<strong>no</strong>mia. Em suma, o objetivo é promover o consumo<br />

doméstico e a i<strong>no</strong>vação tec<strong>no</strong>lógica por meio de um modelo de<br />

crescimento mais socialmente inclusivo, ambientalmente sustentável<br />

e baseado mais firmemente na eco<strong>no</strong>mia do conhecimento.<br />

Entre as principais políticas e metas, podemos destacar os<br />

seguintes temas: redistribuição de renda e bem-estar social; incentivos<br />

ao consumo; eficiência industrial e conservação de recursos naturais;<br />

avanços tec<strong>no</strong>lógicos por meio da pesquisa e ciência; e urbanização<br />

e migração.<br />

Entre as metas estatísticas que mais chamam atenção está a<br />

redução da taxa de crescimento de 7,5% a.a. para 7% a.a. É pouco<br />

provável que o país realmente reduza esta taxa a este nível (o pla<strong>no</strong><br />

anterior previa crescimento de 7,5% a.a. e a taxa efetiva para o período<br />

oscilou entre 9,2% a.a. e 14,2% a.a.), mas a <strong>no</strong>va meta indica o fim<br />

da obsessão cega com o crescimento do PIB. Por outro lado, uma<br />

questão relevante é como desacelerar a taxa de crescimento do PIB<br />

e continuar gerando empregos em número suficiente? A resposta está<br />

contida <strong>no</strong> próprio Pla<strong>no</strong> e envolve pelo me<strong>no</strong>s três mecanismos. A<br />

primeira é a geração de <strong>no</strong>vas fontes de empregos <strong>no</strong> setor de serviços,<br />

uma vez que a indústria já não gera emprego em número suficiente<br />

para absorver o crescimento na oferta de mão de obra. Além disso,<br />

a <strong>China</strong> vai tentar aumentar os salários por meio de um programa de<br />

urbanização bastante agressivo que deverá aumentar a migração rural-<br />

-urbana. E, finalmente, o pla<strong>no</strong> prevê o fortalecimento dos sistemas<br />

de previdência e saúde públicas.<br />

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