13.04.2013 Views

Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

china brasil<br />

nacional brasileiro. O centro mais dinâmico da eco<strong>no</strong>mia mundial<br />

se encontra obviamente na <strong>China</strong> e um afastamento desse centro<br />

certamente não atenderia ao <strong>no</strong>sso interesse.<br />

Por outro lado seria conveniente lembrar que parte dos problemas<br />

enfrentados pelas exportações brasileiras na <strong>China</strong> se explica pelo<br />

chamado “custo <strong>Brasil</strong>” amplamente reconhecido <strong>no</strong>s setores<br />

especializados. Os problemas de logística, o sistema fiscal, as tradições<br />

burocráticas contribuem para tornar mais caras e me<strong>no</strong>s competitivas as<br />

exportações de produtos manufaturados brasileiros, independentemente<br />

de barreiras ou dificuldades cria<strong>das</strong> pela <strong>China</strong>.<br />

Caberia, ainda, apresentar uma observação inicial a respeito <strong>das</strong><br />

resistências de certos setores da sociedade brasileira a uma política de<br />

aproximação com a <strong>China</strong>.<br />

Em certos casos específicos e pontuais, a adoção de medi<strong>das</strong><br />

defensivas seria, evidentemente, plenamente legítima. A OMC prevê<br />

mecanismos para atender esses casos específicos. Aliás, a definição ou<br />

não da <strong>China</strong> como eco<strong>no</strong>mia de mercado não criaria dificuldades para<br />

a adoção de medi<strong>das</strong> antidumping ou defensivas as quais estão previstas<br />

na OMC.<br />

Por outro lado, frente ao fenôme<strong>no</strong> que representa a <strong>China</strong> moderna<br />

seria o caso tentar uma reflexão. Mais precisamente duas.<br />

Em primeiro lugar, assinalar ou lembrar que a reação negativa<br />

de certos setores da sociedade brasileira reflete, simplesmente, um<br />

profundo desconhecimento do que venha a ser a <strong>China</strong>, a sua eco<strong>no</strong>mia,<br />

a sua sociedade, sua civilização. Esse desconhecimento se transforma,<br />

facilmente, em desconfiança.<br />

O <strong>Brasil</strong> não conhece a <strong>China</strong>. Reage ao fenôme<strong>no</strong> chinês pela<br />

manifestação de lugares-comuns e de chavões que não são isentos de<br />

preconceitos.<br />

O chinês é o “outro”, representante de um regime incompreensível,<br />

incapaz de competir lealmente. A sua cultura é bizarra e distante. No<br />

melhor dos casos, será pitoresca. Raramente inspirará respeito.<br />

Falta <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, um conhecimento pontual da <strong>China</strong>. Os empresários<br />

e mesmo a maioria de agentes públicos que lidam o país desconhecem<br />

profundamente a nação com que entram em contato. Ig<strong>no</strong>ram temas<br />

específicos referentes às regras, ao funcionamento de sua eco<strong>no</strong>mia e<br />

de seu aparelho estatal. O empresário, por exemplo, frequentemente<br />

29

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!