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Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

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aul juste lores<br />

mil pessoas. Claro que o pla<strong>no</strong> tem seus contratempos – não são poucos<br />

os talentos locais que ficam enciumados com o tratamento dispensado aos<br />

recém-retornados e que podem criar barreiras à reintegração dos mesmos.<br />

Em números brutos, o investimento em pesquisa na <strong>China</strong> já é o<br />

terceiro maior do mundo, depois de EUA e Japão. O país abriga 1300<br />

centros de pesquisa privados criados por empresas estrangeiras, a maioria<br />

delas forçada assim a fazer, ao se instalar <strong>no</strong> país, a se associar a uma<br />

empresa local (principalmente estatais). Quando a GE anunciava um centro<br />

de pesquisas de 500 milhões de dólares <strong>no</strong> Rio de Janeiro, um centro de 2<br />

bilhões de dólares da mesma empresa era inaugurado na <strong>China</strong>.<br />

Outro objetivo é o de atrair mais profissionais estrangeiros<br />

qualificados para trabalhar na <strong>China</strong>. Segundo Wang, apenas 223 mil<br />

vistos de trabalho para estrangeiros existiam em 2009. Uma mudança<br />

paradigmática foi o fim da exigência de cidadania chinesa para cargos<br />

de direção nas principais estatais chinesas. A gigante tec<strong>no</strong>lógica Le<strong>no</strong>vo<br />

foi presidida por cinco a<strong>no</strong>s por um cidadão america<strong>no</strong>.<br />

Apesar da explosão de patentes e de papers publicados <strong>no</strong> país,<br />

muitos têm as mesmas carências dos alu<strong>no</strong>s que têm ótimas <strong>no</strong>tas graças<br />

ao método New Oriental. Para o pesquisador Cong Cao, do Instituto<br />

Levin, da Universidade do Estado de Nova York, a qualidade da maioria<br />

dos papers não é alta. “A cultura tradicional confuciana, hierárquica, não<br />

permite desafiar a autoridade. Mas se há algo necessário para se avançar<br />

nas ciências, é o desafio a autoridade, ao já sabido. É o não obedecer<br />

cegamente o mentor”.<br />

Dez entre dez especialistas em educação e i<strong>no</strong>vação apontam esse<br />

excesso de respeito em sala de aula como um dos entraves à criatividade<br />

nas salas de aula chinesas. Vai muito além de a <strong>China</strong> ser uma ditadura.<br />

A Cultura confuciana, que precede o comunismo em quase 2500 a<strong>no</strong>s,<br />

já tinha criado um código de comportamento e costumes bastante rígido<br />

e que estipulava a disciplina hierárquica da qual hoje o comunismo se<br />

beneficia.<br />

Os ensinamentos do professor e filósofo Confúcio (551 a 479 antes<br />

de Cristo) foram adotados pela dinastia Han como o código moral para<br />

manter a <strong>China</strong> unida e reduzir as tensões sociais, após on<strong>das</strong> de invasões<br />

e separatismo. Em <strong>no</strong>me de uma “sociedade harmoniosa”, cada um<br />

desempenharia o seu papel – fazendo isso, a estabilidade social estaria<br />

garantida.<br />

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