13.04.2013 Views

Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

Brasil e China no Reordenamento das Relações ... - Funag

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

luiz pinguelli rosa<br />

Estive na <strong>China</strong> pela primeira vez quando lá se vivia a ressaca da<br />

Revolução Cultural de Mao e do despotismo do Bando dos Quatros<br />

liderado por sua viúva. Voltei algumas vezes para reuniões acadêmicas e<br />

acompanhando as visitas dos presidentes Lula e Dilma, em 2009 e 2011<br />

respectivamente, podendo ver de perto a arrancada e as contradições<br />

do “socialismo de mercado”. Em 2008, foi criado em Pequim o Centro<br />

<strong>China</strong>-<strong>Brasil</strong> de Mudanças Climáticas e Tec<strong>no</strong>logias I<strong>no</strong>vadoras<br />

em Energia por um acordo estabelecido entre a COPPE/UFRJ e a<br />

Universidade Tsinghua 3 , cujas atividades serão aborda<strong>das</strong> aqui.<br />

2. Energia e Política Climática na <strong>China</strong><br />

Desde as reformas econômicas e a abertura econômica de 1978 até<br />

2005, a <strong>China</strong> aumentou seu Produto Inter<strong>no</strong> Bruto (PIB) 15 vezes e seu<br />

consumo de energia em cinco vezes.<br />

Entre os muitos desafios e complexidades que a <strong>China</strong> enfrenta<br />

devido a este impressionante crescimento econômico <strong>no</strong>s últimos 25<br />

a<strong>no</strong>s, a demanda por energia para sustentar esta taxa de crescimento<br />

e os impactos deste crescimento sobre o clima figuram entre os mais<br />

importantes. Em 2010, a <strong>China</strong> passou a ser o maior emissor de gases<br />

de efeito estufa (GHG), ultrapassando os Estados Unidos, e também<br />

passou a ser o pais que mais utiliza carvão para fornecimento de energia<br />

do mundo. Entre 1990 e 2006, a <strong>China</strong> duplicou sua emissão de GHG e<br />

é esperado que, em 2030, o país atinja o dobro de 2006. O carvão usado<br />

tanto para produção de energia como pelo setor industrial é <strong>no</strong>toriamente<br />

o maior responsável pelas emissões de dióxido de carbo<strong>no</strong> (CO 2 ).<br />

O gover<strong>no</strong> chinês, mudando a sua política em fóruns internacionais,<br />

tem se envolvido em atividades multilaterais <strong>no</strong>s últimos a<strong>no</strong>s referentes<br />

às mudanças climáticas e à mitigação de emissão de GHG. Assim,<br />

em 2008, o gover<strong>no</strong> lançou uma ambiciosa declaração de política de<br />

mudanças climáticas, na qual estabelece metas para 2020 que incluem<br />

a diminuição per capita de emissão; a expansão da matriz energética<br />

chinesa, focando em fontes e tec<strong>no</strong>logias limpas; e outras políticas. No<br />

entanto, reconhece-se que o carvão, hoje responsável por cerca de 80%<br />

da energia nacional, ainda desempenhará papel fundamental na matriz<br />

3 Este texto é baseado <strong>no</strong> Relatório do Centro <strong>China</strong> <strong>Brasil</strong>, Ilan Cuperstein, COPPETEC,<br />

Abril de 2011.<br />

484

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!