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O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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O esta<strong>do</strong>-da-arte 109<br />

claro, que é pública, mas nessas dependências privadas”. Seja profissio<strong>na</strong>l <strong>do</strong><br />

sexo ou cliente, qualquer pessoa aparentan<strong>do</strong> ser muito jovem é requisitada a<br />

apresentar <strong>do</strong>cumentos e, se abaixo de 18 anos ou sem comprovação de idade,<br />

tem sua entrada proibida.<br />

As prostitutas <strong>do</strong> local também se acautelam com pessoas muito jovens.<br />

Fica evidente que tanto elas quanto o empresário sabem que a presença de<br />

pessoas abaixo de 18 anos pode prejudicar o negócio de to<strong>do</strong>s. Assim, observou-se<br />

um grande cuida<strong>do</strong> e prevenção com esse tipo de <strong>exploração</strong>, por parte<br />

<strong>do</strong>s estabelecimentos formalmente constituí<strong>do</strong>s.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s das entrevistas nesse segmento revelam que ainda existe<br />

pouca discussão sobre a questão da <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> de crianças e a<strong>do</strong>lescentes<br />

entre representante de empresas <strong>do</strong> <strong>setor</strong> de turismo no Rio de Janeiro. Observa-se<br />

a necessidade de maior estreitamento <strong>do</strong> poder público, no senti<strong>do</strong> de<br />

oferecer maior capacitação para esse segmento lidar melhor com a questão.<br />

Nas falas verifica-se que há conhecimento sobre legislação e os empresários<br />

sabem distinguir a diferença entre prostituição praticada por maiores<br />

e <strong>exploração</strong> de crianças e a<strong>do</strong>lescentes, que é crime. Porém, cabe registrar<br />

que o segmento empresarial não vê possibilidades de ações mais efetivas,<br />

em articulação com a sociedade civil organizada ou com o poder público.<br />

Essa situação pode ser decorrente da falta de discussão acadêmica desse<br />

assunto.<br />

Fazen<strong>do</strong> um levantamento sobre as ementas <strong>do</strong>s cursos de nível de graduação<br />

de turismo <strong>na</strong> cidade <strong>do</strong> Rio de Janeiro, observou-se que nenhuma<br />

entidade de ensino superior 16 tem em sua grade alguma discipli<strong>na</strong> que aborde<br />

o tema da <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> de crianças e a<strong>do</strong>lescentes. Observaram-se preocupações<br />

com questões administrativa, técnica, logística, cultural, lazer, ambiental,<br />

patrimônio e de responsabilidade social (puramente conceitual, não<br />

entran<strong>do</strong> no tema da <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong>). Se a <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong>, ou mesmo o<br />

turismo <strong>sexual</strong>, entrasse no currículo das universidades é bem provável que<br />

haveria uma discussão mais aprofundada, com propostas mais consistentes<br />

sobre o tema entre os gestores públicos e de empresas privadas.<br />

16 Foram pesquisa<strong>do</strong>s os cursos de turismo das seguintes instituições: Universidade Federal <strong>do</strong> Rio de<br />

Janeiro, Universidade Federal Fluminense, Universidade Estácio de Sá, Universidade Veiga de Almeida e<br />

Centro Universitário da Cidade.

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