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O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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Exploração <strong>sexual</strong> de crianças e a<strong>do</strong>lescentes em Salva<strong>do</strong>r 357<br />

Vale a pe<strong>na</strong> citar Faleiros e Campos (2002), onde é aborda<strong>do</strong> que “As<br />

redes não são invenções abstratas, mas partem da articulação de atores/organizações,<br />

forças existentes no território, para uma ação conjunta multidimensio<strong>na</strong>l,<br />

com responsabilidade compartilhada (parcerias) e negociada”.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, é identificada pelos funcionários <strong>do</strong> Cedeca-BA uma grande<br />

necessidade de que se estabeleçam diversas frentes, formadas por movimentos<br />

da sociedade civil, ações gover<strong>na</strong>mentais severas e apoio inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l<br />

para atuação também nos países de origem, de onde vêm os turistas sexuais,<br />

para o enfrentamento de redes tão complexas e difusas, para o extermínio ou<br />

minimização <strong>do</strong> problema da <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> infanto-juvenil no turismo.<br />

A esse respeito Araújo (2007), da equipe <strong>do</strong> Cedeca, faz a seguinte menção<br />

sobre as redes: “Para enfrentar a rede de <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong>, somente uma rede<br />

de combate bem fortalecida. No momento, atuamos mais <strong>na</strong> prevenção e em<br />

ações paliativas, <strong>na</strong>s discussões... mas o que precisamos mesmo é combater<br />

de verdade”. Para que se combata a <strong>exploração</strong> aqui tratada, é essencial que<br />

ela seja percebida como algo que deve ser coibi<strong>do</strong> pelos diversos atores participantes<br />

<strong>do</strong> chama<strong>do</strong> teci<strong>do</strong> social; que seja tida como de responsabilidade de<br />

to<strong>do</strong>s, já que envolve tamanha complexidade e diversas implicações.<br />

Em relação às instituições públicas e empresas privadas que atuam fundamentalmente<br />

<strong>na</strong> área de turismo, salienta-se que há necessidade de priorização<br />

de ações e discussões acerca das conseqüências da <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong>. Krippen<strong>do</strong>rf<br />

(2001:172) alerta que nenhum <strong>do</strong>s profissio<strong>na</strong>is de turismo, independentemente<br />

da posição ocupada no <strong>setor</strong>, “tem o direito de se refugiar atrás <strong>do</strong> compra<strong>do</strong>r<br />

[o turista], recusan<strong>do</strong>-se a assumir as responsabilidades”. E completa:<br />

É perigoso, de fato, para a imagem desse ramo de atividade que os represen-<br />

tantes das grandes organizações, que participam de seminários críticos sobre o<br />

turismo no Terceiro Mun<strong>do</strong> e defendem posições progressistas, proponham ao<br />

mesmo tempo, mais ou menos abertamente em seus catálogos, visitas às zo<strong>na</strong>s<br />

de prostituição, em Bangkok ou outras cidades, ou organizem viagens, sob pe-<br />

di<strong>do</strong>, com esse objetivo.<br />

Fanon, segun<strong>do</strong> Soares <strong>do</strong> Bem (2005:20), apontava, desde a década de<br />

1950, o perigo <strong>do</strong>s países de “terceiro mun<strong>do</strong>” se transformarem em bordéis<br />

<strong>do</strong>s países industrializa<strong>do</strong>s. Nesse contexto, cada vez mais elementos apontam

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