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O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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O <strong>setor</strong> <strong>turístico</strong> <strong>versus</strong> a <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> <strong>na</strong> infância e a<strong>do</strong>lescência<br />

são aquelas que envolvem o nosso objeto de estu<strong>do</strong>. Assim, as iniciativas desenvolvidas<br />

pela AHI transcendem, positivamente, aos objetivos de retorno <strong>do</strong><br />

investimento da própria empresa ao promover a mobilização de investi<strong>do</strong>res,<br />

funcionários, fornece<strong>do</strong>res, parceiros e clientes em prol <strong>do</strong> combate à <strong>exploração</strong><br />

<strong>sexual</strong> de crianças e a<strong>do</strong>lescentes <strong>na</strong>s atividades de turismo.<br />

A experiência de Salva<strong>do</strong>r (BA) ilustrada pelas ações <strong>do</strong> Centro de Defesa<br />

da Criança e <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescente Yves Rosseau, parece expressar as situações de<br />

conflito institucio<strong>na</strong>l em que vivem no país aquelas organizações origi<strong>na</strong>das<br />

<strong>na</strong> sociedade civil e/ou de movimentos sociais. Se, de um la<strong>do</strong>, a partir <strong>do</strong>s<br />

anos 1990, a essas organizações foi atribuí<strong>do</strong> um importante papel no combate<br />

às carências sociais <strong>do</strong> país; de outro, essas mesmas organizações se sentem<br />

carentes de recursos e às vezes até de legitimidade, para atuar <strong>na</strong>s soluções <strong>do</strong>s<br />

problemas por elas assumi<strong>do</strong>s. Como foi bem explica<strong>do</strong> no estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> caso,<br />

suas ações dependem mais <strong>do</strong> compromisso <strong>na</strong> promoção da cidadania <strong>do</strong> que<br />

<strong>do</strong>s apoios a elas devi<strong>do</strong>s.<br />

Já o caso da Freeway Brasil é demonstrativo de como uma organização<br />

voltada à comercialização de produtos <strong>turístico</strong>s, pode ter suas ações concertadas<br />

em prol de problemas sociais e não ape<strong>na</strong>s <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> em questão.<br />

Apesar de sediada em São Paulo capital, essa opera<strong>do</strong>ra de turismo produz<br />

um efeito sistêmico <strong>na</strong> medida em que promove suas ações sociais, e <strong>na</strong> particularidade<br />

<strong>do</strong> combate à <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> <strong>na</strong> infância e a<strong>do</strong>lescência, de tal<br />

sorte que os seus clientes passam a ser objeto de suas campanhas. O intento é<br />

que esses clientes não só tenham consciência individual <strong>do</strong> problema, mas que<br />

também o divulguem junto aos seus destinos de lazer.<br />

Portanto, não obstante os poucos casos estuda<strong>do</strong>s e não significan<strong>do</strong> a<br />

realidade e a totalidade de práticas já institucio<strong>na</strong>lizadas no país de combate à<br />

<strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> <strong>na</strong> infância e a<strong>do</strong>lescência junto ao <strong>setor</strong> <strong>turístico</strong>, eles são<br />

ilustrativos das possibilidades àqueles que ainda não possuem referência de<br />

como proceder nesse exercício de cidadania. Como já observamos <strong>na</strong> parte 1,<br />

o problema que enfrentamos é combater a vitimização de pessoas ainda sem<br />

procedimentos de defesa, como são as crianças e a<strong>do</strong>lescentes. Vitimização<br />

origi<strong>na</strong>da em problemas estruturais crônicos da sociedade brasileira, como<br />

por exemplo a fome, a falta de escolarização, desemprego, desagregação familiar<br />

etc., exige que to<strong>do</strong>s os atores da sociedade, o Esta<strong>do</strong>, o merca<strong>do</strong> e a<br />

sociedade civil, se articulem <strong>na</strong> solução das carências latentes e manifestas <strong>na</strong>

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