O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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Estudo de caso da Freeway Brasil 387 Edgar Werblowsky escreve artigos para diversos sites e revistas do setor, tratando de questões sociais e da interface delas com o turismo. Recentemente foi publicado o artigo “Podemos prevenir uma nova onda de prostituição no Nordeste”, na revista Host 6 na sessão Observatório. No site do Instituto Ethos, 7 a quem a Freeway é filiada, está disponível outro artigo: “A insustentabilidade dos prêmios sustentáveis”. A empresa ganhou o prêmio ECO 2006 da Câmara Americana de Comércio (Amcham) pela campanha contra a exploração sexual infantil no turismo. Além disso, divulga suas atividades na revista Viagem e Turismo, da Editora Abril, por meio de um encarte-propaganda que circula em papel reciclado. O turismo sustentável Dentro do conceito de turismo sustentável utilizado pela Freeway, estão destacadas as sustentabilidades social, ambiental e econômica, formando um tripé de aspectos inter-relacionados. A empresa acredita que o conceito de ecoturismo não considera somente o aspecto ambiental já que outros elementos também são importantes, como a população e as culturas locais. Com o desenvolvimento do ecoturismo em uma região, deve-se prestar atenção ao aspecto cultural, para que ele não seja sufocado ou desarticulado por grandes empreendimentos, já que, se isso acontece, o destino perde um de seus atrativos. A degradação ambiental também pode causar prejuízos ao desenvolvimento turístico de um lugar. Os viajantes interessados no contato direto com a natureza deixam de visitá-lo caso ela não seja preservada. A questão social tem uma importância que geralmente não é percebida num primeiro momento. A falta de planejamento pode propiciar o surgimento de problemas sociais, como a pobreza e a violência, o que afeta diretamente o turismo. Na maioria dos exemplos de desenvolvimento econômico, resultante das atividades turísticas, os lucros ficam concentrados nas mãos de grandes investidores. Na construção de pousadas e hotéis quando não se contrata mão-de- 6 Revista Host: Hospitalidade e Turismo Sustentável, v. 4, n. 19, abr./maio 2007. 7 .
388 O setor turístico versus a exploração sexual na infância e adolescência obra residente na localidade, privilegiando a contratação de pessoal de fora, o dinheiro não fica no local, além de não gerar emprego na região, o que pouco altera a sua realidade. É importante que exista uma preocupação dos investidores em envolver a comunidade nesse processo de desenvolvimento, possibilitando um impacto positivo na qualidade de vida dessas pessoas. Dessa forma é possível evitar o surgimento de problemas sociais decorrentes da pobreza, quando se considera a realidade local em qualquer empreendimento que tradicionalmente é constituído de maneira exógena. A Freeway desenvolve uma série de atividades na perspectiva do turismo sustentável desde sua fundação. Na seqüência, apresentaremos as ações mais importantes que estão sendo desenvolvidas, chamadas pela empresa de ações cidadãs. Daremos especial destaque para a campanha contra a exploração sexual infanto-juvenil no turismo, por ser essa ação a motivadora do estudo de caso. Campanha contra a exploração sexual infanto-juvenil no turismo O tema exploração sexual infantil surgiu na Freeway Brasil quando seu diretor, Edgar Werblowsky, participava de um encontro da Tour Operators Initiative for Sustainable Tourism Development (TOI). Os encontros da TOI têm o objetivo de traçar estratégias sobre como tornar a operação do turismo mais sustentável, do ponto de vista ambiental, econômico e social. No encontro de 2003 em Paris, a apresentação da ECPAT teve como tema central o turismo sexual. No mesmo momento, Edgar constatou a importância do tema para a realidade da infância e adolescência vivida no Brasil e voltou influenciado pelo conjunto das discussões. A idéia de criar uma campanha contra a exploração sexual de crianças e jovens no turismo nasceu em Paris, quando a TOI e a ECPAT assinaram um termo de compromisso pelo qual a TOI se comprometia a envolver as operadoras no combate à exploração infantil. O termo de compromisso pode ser visto no site The Code, 8 que se refere ao código de conduta esperado dos parceiros que assinam o termo. 8 .
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