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O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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O <strong>setor</strong> <strong>turístico</strong> <strong>versus</strong> a <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> <strong>na</strong> infância e a<strong>do</strong>lescência<br />

posição de desemprego entre as capitais brasileiras, ten<strong>do</strong> um percentual de<br />

22,3% em março de 2007 (SEI, 2007). Essas condições certamente propiciam<br />

a restrição de alter<strong>na</strong>tivas para uma vida dig<strong>na</strong>. To<strong>do</strong>s esses da<strong>do</strong>s, tanto referentes<br />

ao Nordeste quanto a Salva<strong>do</strong>r especificamente, mostram como existe<br />

to<strong>do</strong> um cal<strong>do</strong> de pobreza e fraco desenvolvimento social favorável à busca de<br />

“alter<strong>na</strong>tivas” para a superação dessas condições, onde, entre elas, certamente<br />

se insere o turismo <strong>sexual</strong>, ainda mais sen<strong>do</strong> o turismo uma das atividades<br />

mais fortes da economia soteropolita<strong>na</strong>.<br />

O Atlas <strong>do</strong> desenvolvimento humano da Região Metropolita<strong>na</strong> de Salva<strong>do</strong>r,<br />

com base em da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> IBGE, elabora<strong>do</strong> pelo Programa das Nações Unidas<br />

para o Desenvolvimento (Pnud), no fi<strong>na</strong>l <strong>do</strong> ano de 2006, indica que um<br />

mora<strong>do</strong>r da localidade mais rica da Região Metropolita<strong>na</strong> de Salva<strong>do</strong>r (RMS)<br />

recebe 25 vezes o que ganha um habitante da porção mais pobre. De uma<br />

maneira geral, os países mais procura<strong>do</strong>s por turistas sexuais são os países que<br />

mantêm altos índices de desigualdade social, como é o caso <strong>do</strong> Brasil, e dentro<br />

desses países eles se dirigem para as zo<strong>na</strong>s mais carentes, onde a desigualdade<br />

socioeconômica atinge níveis tortuosos.<br />

A Região Metropolita<strong>na</strong> de Salva<strong>do</strong>r, com base no mesmo estu<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Pnud, é a que abriga a maior desigualdade de renda entre to<strong>do</strong>s os esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

Brasil. Se fosse um país, a RMS teria a segunda pior distribuição de renda <strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong>. O índice de desigualdade em Salva<strong>do</strong>r atinge a marca de 0,66 contra<br />

0,580 <strong>do</strong> Brasil inteiro. Enquanto um mora<strong>do</strong>r da parte mais rica da RMS recebe<br />

em média R$ 2.135,54 por mês, um trabalha<strong>do</strong>r que mora <strong>na</strong> área mais<br />

pobre recebe em média R$ 81,13 para sobreviver um mês inteiro.<br />

Tanta desigualdade econômica não poderia deixar de atuar também nos<br />

índices de educação, enquanto <strong>na</strong> área mais rica da RMS o índice de a<strong>na</strong>lfabetismo<br />

é de 0,93%, <strong>na</strong>s localidades mais pobres esse índice chega a assombrosos<br />

23,23%. Quanto mais se avança no índice de escolaridade, maiores são<br />

as diferenças entre as áreas de região. As taxas são diretamente proporcio<strong>na</strong>is,<br />

quanto maior o IDH maior será o nível de escolaridade e vice-versa.<br />

O merca<strong>do</strong> de seres humanos expostos para consumo <strong>sexual</strong> de turistas<br />

e <strong>na</strong>tivos está arraigadamente alicerça<strong>do</strong> <strong>na</strong>s regiões mais pobres <strong>do</strong> país,<br />

em nosso caso a região Norte-Nordeste. A vocação turística pelas belezas da<br />

<strong>na</strong>tureza e o patrimônio histórico, em alguns casos, são meros subterfúgios<br />

para justificar a busca obscura por sexo com crianças e a<strong>do</strong>lescentes que são

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