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O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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O <strong>setor</strong> <strong>turístico</strong> <strong>versus</strong> a <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> <strong>na</strong> infância e a<strong>do</strong>lescência<br />

mento pessoais, não conseguirão afastarem-se <strong>do</strong> la<strong>do</strong> danoso que o brilho das<br />

luzes e o intenso movimentar de anônimos em Salva<strong>do</strong>r esconde. Elas serão<br />

ainda mais excluídas, ainda mais exploradas.<br />

Os poderes públicos parecem que ainda não reconhecem a verdadeira<br />

dimensão <strong>do</strong> problema que assola importantes cidades <strong>do</strong> país e por isso ainda<br />

têm ações de combate que, <strong>na</strong> maioria das vezes, restam ineficazes. Apesar <strong>do</strong><br />

Estatuto da Criança e <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescente, Lei n o 8.069/90, estabelecer claramente<br />

em seu art. 4 o que é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e<br />

<strong>do</strong> poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação <strong>do</strong>s direitos<br />

referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à<br />

profissio<strong>na</strong>lização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência<br />

familiar e comunitária para crianças e a<strong>do</strong>lescentes, ainda não se tem<br />

efetividade das ações que visem debelar ou dirimir ao máximo a situação em<br />

que hoje é possível encontrar boa parte dessa população de pequeninos.<br />

Os depoimentos colhi<strong>do</strong>s expressam bem essa ausência <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> através<br />

de políticas públicas fortes e efetivas, o que não é de estranhar, pois isso não<br />

ocorre ape<strong>na</strong>s <strong>na</strong> questão da <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong>, mas também em várias outras<br />

ligadas à cidadania, áreas essas, inclusive, que poderiam contribuir para, pelo<br />

menos, mitigar o fenômeno, como a educação, por exemplo.<br />

Governos e sociedade civil devem estar engaja<strong>do</strong>s nessa luta, forman<strong>do</strong><br />

uma rede que se apresenta mais vigorosa que a rede criminosa <strong>do</strong> sexo perverso,<br />

para poder conseguir realizar alguma mudança <strong>na</strong> realidade <strong>do</strong> país.<br />

Campanhas, peças publicitárias, fiscalização e policiamento cerra<strong>do</strong>, além de<br />

debates amplamente divulga<strong>do</strong>s, devem servir de armas para quem compreende<br />

e não admite o sofrimento causa<strong>do</strong> por desejos criminosos de lascívia<br />

e/ou <strong>exploração</strong> econômica.<br />

As belezas e riquezas culturais de Salva<strong>do</strong>r escondem em seus desvãos<br />

um mun<strong>do</strong> funesto, onde cada criança e a<strong>do</strong>lescente são priva<strong>do</strong>s de seus direitos<br />

básicos, de seus sonhos, de seus futuros. Uma população relegada às leis<br />

ineficientes e ao sabor da sensibilidade de agentes econômicos e capitalistas.<br />

O futuro da sociedade entregue ao mais nefasto <strong>do</strong>s presentes. Na cidade <strong>do</strong><br />

Salva<strong>do</strong>r, quem poderá estender-lhes a mão?<br />

Não há dúvida de que se está olhan<strong>do</strong> um objeto que encerra em si<br />

muitos interesses, entre eles econômicos como o turismo, e que se estrutura<br />

de forma ilegal através de redes muito bem construídas. O combate a essa

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