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O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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Combate à <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> de crianças e a<strong>do</strong>lescentes no turismo em Salva<strong>do</strong>r 177<br />

Brasil é que existe uma pressão inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e “o Brasil só funcio<strong>na</strong> a partir<br />

<strong>do</strong> momento em que pressio<strong>na</strong>m inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente” (Leite, 2007). Na visão<br />

de Leite, “se é um problema daqui, ninguém toma conta disso, não, basea<strong>do</strong><br />

no seguinte pensamento: ‘Vamos deixar vir turista, porque quanto mais turista<br />

vier, melhor! Como posso ter garantia de que esse turista vai se aproveitar de<br />

uma mulher ou de uma criança?’ A política é essa, de que entre turista, <strong>do</strong><br />

jeito que for. Como se esse turista fosse deixar to<strong>do</strong> esse dinheiro aqui”. Ela<br />

questio<strong>na</strong> até a própria forma <strong>do</strong> desenvolvimento <strong>do</strong> turismo <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l que<br />

“deixa muito a desejar. (...) Esse turismo é praticamente to<strong>do</strong> fi<strong>na</strong>ncia<strong>do</strong> por<br />

corporações exter<strong>na</strong>s, e que acabam levan<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o lucro que nós poderíamos<br />

ter para desenvolver um turismo sustentável”. Pode-se observar “um empenho<br />

<strong>do</strong>s hotéis, no senti<strong>do</strong> de não deixar entrar crianças e a<strong>do</strong>lescentes (desacompanha<strong>do</strong>s<br />

de responsáveis), mas mesmo assim, por uma pressão, e não por<br />

engajamento” (Leite, 2007).<br />

A questão tem, no entanto, um outro ângulo.<br />

Também é só no senti<strong>do</strong> de não deixar entrar, só isso. Eles continuam no ofe-<br />

recimento de prostituição, garçonetes que passam por situações de desrespeito,<br />

abuso por parte <strong>do</strong>s turistas, hotéis que pagam muito pouco para as camarei-<br />

ras, que acabam ganhan<strong>do</strong> um pouquinho a mais quan<strong>do</strong> “se deitam” com os<br />

turistas. Isso é uma fomentação, negligência <strong>do</strong> complexo, da rede de turismo,<br />

restaurantes. Não vejo como uma estrutura que respeita o trabalha<strong>do</strong>r dentro<br />

<strong>do</strong> âmbito <strong>do</strong> turismo. Primeiro porque é sazo<strong>na</strong>l, e às vezes eles não têm nem<br />

contrato direito, não assi<strong>na</strong>m carteira.<br />

(Leite, 2007)<br />

As profissio<strong>na</strong>is <strong>do</strong> turismo encontram-se também numa “situação de<br />

vulnerabilidade, pois ganham muito pouco, e às vezes a proposta de um estrangeiro<br />

é interessante e perigosa” (Leite, 2007).<br />

Leite diz não conseguir precisar se o problema <strong>do</strong> turismo <strong>sexual</strong> aumentou<br />

ou diminuiu em Salva<strong>do</strong>r nos últimos anos porque “não se consegue<br />

detectar exatamente quem é turista <strong>do</strong> sexo ou não. O que ocorreu é que<br />

Salva<strong>do</strong>r conseguiu expor o assunto, mas dentro <strong>do</strong>s limites da criança e <strong>do</strong><br />

a<strong>do</strong>lescente, mas não discute o outro la<strong>do</strong>”, mesmo assim entende que “a sociedade<br />

está muito mais consciente”.

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