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O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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O <strong>setor</strong> <strong>turístico</strong> <strong>versus</strong> a <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> <strong>na</strong> infância e a<strong>do</strong>lescência<br />

meni<strong>na</strong> “não vai deixar de atender ao cliente pra te atender ou ficar com conversinha<br />

educativa; isso não vai acontecer, é muito difícil (...) conseguir quebrar<br />

um vínculo desse porte e estabelecer um outro vínculo, tem que ter um<br />

poder de intervenção, uma capacidade de intervir no momento certo, <strong>na</strong> hora<br />

certa” (Araújo, 2007). Na situação em que a meni<strong>na</strong> recuse o contato, o educa<strong>do</strong>r<br />

tem que fazer intervenções para que “no mínimo, mexa com o psicológico<br />

dela e ela veja em você a possibilidade de mudança” (Araújo, 2007). Isso tu<strong>do</strong>,<br />

o sucesso dessa ação fica condicio<strong>na</strong><strong>do</strong> à posição da abordada, pois “o querer<br />

tem que vir dela, a intervenção tem que servir pra fazer com que ela queira,<br />

não é você chegar e dizer que a sua instituição está aqui etc. Desse jeito, ela<br />

vai mandar você à merda e aí, tchau, o trabalho está to<strong>do</strong> acaba<strong>do</strong>” (Araújo,<br />

2007). Por outro la<strong>do</strong>, “o trabalho fica muito mais fácil quan<strong>do</strong> ela percebe<br />

que pode sair daquela situação” (Araújo, 2007). Ainda que não exista pesquisa<br />

sobre a percepção de direitos por parte desses grupos vitimiza<strong>do</strong>s, parece<br />

claro pelas suas resistências e pelos baixos índices de sucesso <strong>na</strong> abordagem<br />

feita por educa<strong>do</strong>res que deve ser bem baixa, talvez até ausente, a percepção<br />

de direitos por parte destes, o que converge com resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s <strong>na</strong><br />

pesquisa mencio<strong>na</strong>da sobre o Rio de Janeiro.<br />

Por conta de todas essas dificuldades, em termos quantitativos, os resulta<strong>do</strong>s<br />

são muito limita<strong>do</strong>s, é “um trabalho de formiguinha, um trabalho bem<br />

minucioso”. O processo de busca ativa <strong>do</strong> Cedeca que teve a duração de um<br />

ano “teve contato com 15 a 20 meni<strong>na</strong>s e, se cinco delas conseguimos trazer<br />

para a instituição foi muito, e dessas cinco ape<strong>na</strong>s de duas temos notícias de<br />

que não estão mais no mun<strong>do</strong> da <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong>”, o que dá uma noção <strong>do</strong><br />

“quanto é difícil esse trabalho” (Araújo, 2007). Araújo ainda argumenta que<br />

o Cedeca não conseguiu aplicar essa meto<strong>do</strong>logia de uma forma seqüenciada<br />

por conta de falta de recursos, precisan<strong>do</strong> remunerar as pessoas, e “esse tipo de<br />

serviço é feito à noite e tem risco, ten<strong>do</strong> que pagar pelo risco de vida. Para contratar<br />

técnicos, tem que ter dinheiro e o Cedeca é uma ONG, e assim é a função<br />

<strong>do</strong> poder público assumir essa responsabilidade”. Assim, o Cedeca aban<strong>do</strong>nou<br />

essa meto<strong>do</strong>logia sen<strong>do</strong> que outros programas como o Viver, o Sentinela fazem<br />

esse atendimento. “Nós abrimos o caminho, mostramos a necessidade e os gover<strong>na</strong>ntes<br />

responderam, criaram um serviço” (Koshima, 2007).<br />

O futuro <strong>do</strong> Cedeca é visto como ten<strong>do</strong> um centro de formação e capacitação<br />

como uma “mola mestra”, sem abrir mão <strong>do</strong> atendimento porque este

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