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O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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Combate à <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> de crianças e a<strong>do</strong>lescentes no turismo em Salva<strong>do</strong>r 165<br />

mesmo, é ir pra guerra. Arregaçar as mangas!” (Araújo, 2007). O entrevista<strong>do</strong><br />

esclarece que “a palavra combater remete muito à guerra e a gente não<br />

queria, <strong>na</strong> verdade, estar dan<strong>do</strong> essa idéia de que estou guerrean<strong>do</strong>, porque<br />

você trabalhar com violência e propor violência seria uma coisa (...)”. Nesse<br />

contexto, “a palavra enfrentamento seria mais adequada vamos dizer assim,<br />

questão de semântica, mas assim em determi<strong>na</strong><strong>do</strong>s momentos a gente se<br />

auto-avalia” questio<strong>na</strong>n<strong>do</strong> “se não se está muito quieto, muito para<strong>do</strong>, esperan<strong>do</strong>,<br />

apesar de estar o tempo to<strong>do</strong>, tentan<strong>do</strong> pautar isso <strong>na</strong> mídia, dentro<br />

<strong>do</strong>s espaços nos conselhos de direito estadual e o municipal, nos fóruns<br />

que existem de direito da criança e <strong>do</strong> a<strong>do</strong>lescente, no Co<strong>na</strong>nda que é o<br />

Conselho Nacio<strong>na</strong>l <strong>do</strong>s Direitos da Criança e <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescente, <strong>na</strong> Associação<br />

Nacio<strong>na</strong>l” (Araújo, 2007).<br />

A fala de Araújo expressa bem a assimetria de forças entre uma rede estruturada<br />

baseada <strong>na</strong> contravenção e uma rede que tenta enfrentar esta situação,<br />

mas parece mostrar uma impotência frente à dimensão <strong>do</strong> problema e das<br />

forças que o circundam. Araújo, com expressão de desalento, pergunta: “Qual<br />

é a responsabilidade <strong>do</strong> poder público diante disso? Como é que o poder público<br />

entra nessa história?”. E mais, “o que é palpável e concreto que se possa<br />

fazer?”. Coloca que “a grande pergunta” é “porque não se consegue tirar essa<br />

meni<strong>na</strong> da rua?”. Uma possível resposta já é encarada com reservas, “é bolsa<br />

que vai servir?” e qual seria o valor dessa bolsa? Lembran<strong>do</strong> que “tem meni<strong>na</strong>s<br />

que ganham desde uma lata de quitute até meni<strong>na</strong>s que ganham R$ 300 a<br />

R$ 400 em uma noite. Que tipo de bolsa seria essa para suprir a necessidade<br />

dessa meni<strong>na</strong> que ganha uma lata de quitute e da que ganha R$ 400”. Outra<br />

opção seria “oferecer escola a elas, dizer que vão ter um emprego, será que esse<br />

emprego vai ajudar? Será que essa bolsa vai ajudar?”. Assim, “o trabalho de<br />

sensibilização e de prevenção precisa ser grande pra que a sociedade entenda”<br />

a dimensão <strong>do</strong> problema (Araújo, 2007).<br />

As possibilidades de enfrentamento da questão mostram-se reduzidas,<br />

pois “é muito difícil concorrer com esse círculo vicioso” com “essa ilusão que<br />

elas têm de conseguir as coisas muito fácil, por que é um dinheiro fácil para<br />

aquisição de bens materiais, uma roupa de marca” (Barros, 2007). Fica “difícil<br />

quebrar” esse círculo vicioso. (Barros, 2007). “É muito difícil concorrer com<br />

alguém que dá ‘tu<strong>do</strong>’, entre aspas, que <strong>na</strong>quele momento para o a<strong>do</strong>lescente é<br />

essencial, que é roupa de marca, celular, óculos e tal, ou seja, que faz com que

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