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O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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O <strong>setor</strong> <strong>turístico</strong> <strong>versus</strong> a <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> <strong>na</strong> infância e a<strong>do</strong>lescência<br />

Esse estu<strong>do</strong> estima uma baixíssima proporção de menores no entorno da<br />

boate Help, conhecida como ponto de prostituição para turistas.<br />

A idade parece variar entre 18 a 45 anos, com uma média provável de 25 anos.<br />

A casa pode pedir as identidades das mulheres <strong>na</strong> entrada e se existem menores<br />

dentro da Help, estas são cuida<strong>do</strong>samente produzidas para passarem por adul-<br />

tas. Em nenhuma de nossas idas constatamos a presença evidente de menores de<br />

idade dentro da boate [Help]. (...)<br />

Determi<strong>na</strong>r quem pode ser — ou não — menor de idade <strong>na</strong> gira da noite de<br />

Copacaba<strong>na</strong> não é fácil. Quase todas as garotas de programa atuan<strong>do</strong> <strong>na</strong> noite<br />

apresentam-se como maiores de idade e a<strong>do</strong>tam um visual de acor<strong>do</strong> com<br />

isso. Em oito meses de pesquisa, encontramos poucas garotas que nos pareciam<br />

ser claramente menores de idade — nunca mais que 2% das nossas contagens<br />

notur<strong>na</strong>s de prostitutas —, mesmo assim, somente em momentos de grande<br />

movimento. A vasta maioria das garotas trabalhan<strong>do</strong> como prostitutas <strong>na</strong> orla de<br />

Copacaba<strong>na</strong> aparenta ter mais de 18 anos.<br />

(Silva e Blanchette, 2005)<br />

Diante da escassez de trabalhos científicos que tratam da <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong><br />

de crianças e a<strong>do</strong>lescentes no Brasil, é de se esperar que a dificuldade em<br />

obter informações específicas sobre o Rio de Janeiro seja ainda maior. Entre os<br />

poucos escritos sobre esta região, localizou-se o seguinte trecho no trabalho<br />

sobre prostituição infantil e saúde:<br />

Na cidade <strong>do</strong> Rio de Janeiro, a situação encontrada foi a seguinte: a) foi a única<br />

área onde os depoimentos nomearam a prostituição infantil masculi<strong>na</strong>, sen<strong>do</strong><br />

basicamente de <strong>na</strong>tureza homos<strong>sexual</strong>, com “michês” oriun<strong>do</strong>s de várias classes<br />

sociais; b) apresenta situações semelhantes às outras regiões, onde existem<br />

explorações de turismo <strong>sexual</strong> e por clientes locais; c) mencio<strong>na</strong>m-se casos de<br />

meni<strong>na</strong>s que vivem <strong>na</strong>s ruas e para sobreviverem trocam favores sexuais, sem<br />

elas se considerarem prostitutas; d) assi<strong>na</strong>la-se a presença marcante de pseu<strong>do</strong>agências<br />

de modelos, camuflan<strong>do</strong> a <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> de meni<strong>na</strong>s e a<strong>do</strong>lescentes;<br />

e) registra<strong>do</strong>, pela gravidade da denúncia, o caso de uma diretora de CIEP<br />

(Centro Integra<strong>do</strong> de Educação Popular) que organizou um álbum de fotografias<br />

de estudantes, encaminhan<strong>do</strong>-o a um motel para a escolha de clientes.<br />

(Gomes, Mi<strong>na</strong>yo e Fontoura, 1999)

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