O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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Atuação das ONGs em Manaus no combate à exploração sexual de crianças e adolescentes 285 trutura familiar é o principal motivo da procura pelo atendimento no abrigo, dadas as condições de conflitos e violência doméstica que juntos perfazem mais de 46% das causas que, aliadas à extrema pobreza e, conseqüentemente, à exploração sexual, representam 91% das características da situação das meninas que ingressaram na instituição em 2004 (figura 4). De fato, uma pesquisa realizada por Maria Eunice Sá Pitanga sobre “As representações sociais da família construídas pelas meninas atendidas na Casa Mamãe Margarida na cidade de Manaus/AM” 5 chegou à conclusão de que está muito presente na vida dessas crianças e adolescentes a negação da família que não se constituiu socialmente. Para as adolescentes, principalmente, estão presentes os elementos negativos em relação à figura materna e de ausência da figura parterna o que explica a fragilidade de laços afetivos familiares. Essa situação é confirmada pela figura 5, que mostra que 31,45% dos encaminhamentos das meninas à instituição foram feitos pelas próprias mães. Figura 4 Situação das meninas atendidas por ocasião do ingresso na instituição (2004) Conflitos familiares 39,3% Exploração do trabalho 0,7% Desperiodização 0,3% Envolvimento galera 0,7% Aliciamento familiar 5 Estudo realizado para o Programa de Pós-graduação em Educação, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). 0,7% Conflito com legislação brasileira 2,0% Extrema pobreza 38,6% Vícios 4,6% Exploração sexual 6,0% Violência doméstica 7,1%
286 O setor turístico versus a exploração sexual na infância e adolescência Figura 5 Encaminhamentos das meninas para atendimento na instituição (2004) Resgate social 2,3% Parentes (outros) 1,7% A própria instituição 1,7% Mãe 31,5% Juizado 3,3% Em 2007, a instituição atendia em regime socioeducativo em meio aberto 320 crianças e adolescentes de oito a 18 anos incompletos, e no regime de abrigo 36 crianças e adolescentes, perfazendo um total de 356 crianças e adolescentes atendidos diretamente, fora seus familiares e a comunidade que procura ajuda e apoio da instituição. Comparando-se com 2004, houve um incremento de 15,2% nesses três últimos anos. Possui 12 funcionárias que foram meninas atendidas na casa. Das 36 residentes no abrigo, duas estão cursando faculdade, 10 meninas estão envolvidas em movimentos sociais e três meninas participarão, como representantes dos adolescentes, da conferência estadual sobre os direitos da criança e adolescentes. Através de depoimentos 6 de algumas meninas egressas da Casa Mamãe Margarida pode-se observar o quanto elas valorizam a oportunidade que tiveram usufruindo dos ensinamentos e do respeito com o qual foram tratadas na instituição. 6 Disponível em: . Pai 4,9% Semf 10,6% Conselho tutelar 24,5% Comunidade 19,5%
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