O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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Estudo de caso da Freeway Brasil 391 ¥ denunciar à Freeway os eventuais casos de exploração sexual infanto-juvenil em sua região para que ela leve o caso adiante e tome as devidas providências para coibir essas práticas na região. Atualmente, 10% dos fornecedores são parceiros da Freeway na campanha, ou seja, assinaram o termo de compromisso. Depois do termo assinado, eles recebem um Certificado contra a Exploração Sexual de Crianças no Turismo 11 para colocarem em seus lobbys e recepções. Entre os fornecedores compromissados com a campanha entrevistamos representantes de duas pousadas. 12 Em ambos os casos, por meio dos depoimentos, ficou claro que foi devido à atuação da Freeway que essas empresas se envolveram com o tema e passaram a ter uma atuação prática no combate ao turismo sexual infanto-juvenil. Seus gestores acreditam que o tema é muito importante para o empreendimento se desenvolver de forma mais sustentável. Além disso, esse tipo de campanha ajuda a fidelizar o hóspede que é consciente socialmente, especialmente quando a pousada tem outras ações em prol do turismo sustentável. Inclusive, chamaram a atenção para a demanda de alguns clientes por esse tipo de comprometimento. Quando perguntado sobre sua atuação prática no combate ao turismo sexual infantil, uma das pousadas entrevistadas afirmou fazer a divulgação dos seus compromissos contra esse tipo de atividade, alertar a comunidade para estar ciente do problema, e treinar seus funcionários para saber lidar com essa situação. Algumas vezes as ações ultrapassam a atuação estritamente profissional, como é o caso de uma pousada em Itacaré, cuja proprietária afirmou: “Procuro participar de pequenas ações desenvolvidas dentro do município e atualmente faço parte do Conselho Comunitário das Crianças e dos Adolescentes”. Segundo ela, o Ministério Público local tem desenvolvido ações no sentido de exigir da prefeitura o cumprimento dos deveres do município com relação aos menores. 11 Ver anexo 2. 12 Ver o roteiro de perguntas no anexo 3.
392 O setor turístico versus a exploração sexual na infância e adolescência Sobre os limites da atuação no local, alguns gerentes disseram o seguinte: Infelizmente o poder público é omisso com relação a esse assunto e ainda con- vivemos com a indiferença de uma boa parte da população, que na maioria das vezes considera normal esse tipo de prática (exploração sexual infanto-juvenil). Itacaré está carente de material para divulgação melhor da campanha, carente de recursos para dar melhores opções de trabalho e estudos, como cursos pro- fissionalizantes para menores, carente de uma melhor atuação da polícia, enfim a campanha contra a exploração sexual infantil no turismo do município está muito aquém da necessidade e urgência que requer o assunto. Sobre o que precisaria avançar, eles completaram: Creio que os passageiros que estão na viagem às vezes deixam até passar (um caso que deveria ser denunciado), por isso falo que precisamos fixar mais ainda esta idéia na mente das pessoas. Edgar acredita que se houvesse um outro tipo de abordagem — já que os contatos são feitos somente por e-mail —, o número de fornecedores parceiros subiria para 25% no curto prazo e para 40% no médio prazo. Para ele, a maneira mais eficaz de aumentar a porcentagem, para até 50%, seria uma ação nos destinos. Essa ação consistiria na capacitação e treinamento e não se restringiria aos fornecedores da Freeway, mas a todo segmento turístico do local para que a disseminação da idéia e dos princípios que a orientam fossem ainda maior. Essa idéia de conscientização nos destinos requer recursos que a empresa não detém. Para sua realização é preciso elaborar um projeto junto a outros parceiros para conseguir financiamento. Sua execução poderia ser feita por meio de cursos nos destinos, campanhas com palestras, distribuição de informativos, entre outras atividades. Além de serem poucos os fornecedores envolvidos na campanha, somente 10%, ainda existem os que mesmo se comprometendo, ao assinar o termo de compromisso, não cumprem com o combinado. Alguns assinam o termo somente por questões mercadológicas, sem estar realmente conscientes da importância do problema de exploração sexual no turismo brasileiro.
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