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O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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O <strong>setor</strong> <strong>turístico</strong> <strong>versus</strong> a <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> <strong>na</strong> infância e a<strong>do</strong>lescência<br />

vem de nós mesmos” (Leite, 2007). Nesse quesito, a mídia tem um papel<br />

central, pois,<br />

hoje em dia, em qualquer festa, mesmo de classe média, quan<strong>do</strong> tem uma me-<br />

ni<strong>na</strong> de 3 anos dançan<strong>do</strong> igual a não sei quem, a gente acha engraça<strong>do</strong>. Anti-<br />

gamente tinha tu<strong>do</strong> isso, mas em ambientes fecha<strong>do</strong>s, restritos, as pessoas pa-<br />

gavam para ver. Hoje, às 4h da tarde, você pode ver a “Banheira <strong>do</strong> Gugu”, por<br />

exemplo. A população vai se acostuman<strong>do</strong> com a <strong>sexual</strong>idade exacerbada, que<br />

passa a fazer parte <strong>do</strong> nosso dia-a-dia, sem que se questione.<br />

(Leite, 2007)<br />

Enfrentamento da <strong>exploração</strong>: análise de algumas abordagens de<br />

intervenção<br />

Neste capítulo discutem-se reflexões feitas por educa<strong>do</strong>res envolvi<strong>do</strong>s no enfrentamento<br />

da questão por parte de atores de organizações gover<strong>na</strong>mentais e<br />

não-gover<strong>na</strong>mentais a<strong>na</strong>lisan<strong>do</strong> encaminhamentos de abordagens feitas para<br />

intervenção de enfrentamento <strong>do</strong> problema. O objetivo reside em identificar<br />

as possibilidades de sucesso <strong>do</strong>s caminhos toma<strong>do</strong>s e outras que se abrem, ou<br />

não, para mitigar a questão em tela. A dimensão <strong>do</strong> problema pode ser apreendida<br />

neste depoimento de Luis Araújo que expõe a trajetória <strong>do</strong> Cedeca. A<br />

partir da experiência da campanha <strong>do</strong> Car<strong>na</strong>val, que se transformou em campanha<br />

<strong>do</strong> verão, estruturou-se uma rede para o enfrentamento <strong>do</strong> problema<br />

partin<strong>do</strong> <strong>do</strong> pressuposto que “de um la<strong>do</strong> se tem uma rede de explora<strong>do</strong>res,<br />

extremamente perigosa, articuladíssima, com toda a bagagem aí para não ser<br />

descoberta, e quan<strong>do</strong> se é descoberta, coloca tu<strong>do</strong> por debaixo <strong>do</strong>s panos,<br />

então a gente precisa, <strong>do</strong> la<strong>do</strong> de cá também, ter uma rede fortalecida, articulada,<br />

que saiba mostrar e enfrentar o problema” (Araújo, 2007). Uma pesquisa<br />

de 2002 indicou a existência de 241 rotas de tráfico de mulheres, crianças e<br />

a<strong>do</strong>lescentes para fins sexuais e demonstrou “a existência de redes organizadas<br />

de <strong>exploração</strong> em diversas regiões <strong>do</strong> país” (Koshima, 2006:121).<br />

O Cedeca tem discuti<strong>do</strong> intensamente se “a palavra é enfrentar ou combater.<br />

Eu acho que no momento a palavra é mais combater, (...) enfrentar um<br />

<strong>do</strong>s problemas com ações e eventos, com coisas mais concretas, é combater

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