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O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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O <strong>setor</strong> <strong>turístico</strong> <strong>versus</strong> a <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> <strong>na</strong> infância e a<strong>do</strong>lescência<br />

a percepção de cidadã com relação a isso, ao entendimento <strong>do</strong> seu papel no<br />

mun<strong>do</strong>” (Leite, 2007) trazen<strong>do</strong> o exemplo de uma<br />

estudante suíça que veio para Salva<strong>do</strong>r estudar, e foi maltratada pelo <strong>na</strong>mora<strong>do</strong>.<br />

Imediatamente ela acionou o Centro de Referência, Casa para Mulheres em situa-<br />

ção de violência, se refugiou nesse lugar, coisa que uma jovem de classe média<br />

brasileira nunca faria, por falta de confiança <strong>na</strong>s instituições, falta de políticas<br />

públicas efetivas e a falta de percepção da cidadania da mulher.<br />

(Leite, 2007)<br />

Esses casos levaram Leite a entender que o que leva uma mulher brasileira<br />

a se submeter a uma relação com um homem que ela nunca viu em detrimento<br />

de uma que ela já conhece reside no fato dessa relação ser (violenta), já<br />

ser conhecida. Por outro la<strong>do</strong>, “a mídia mostra que lá tem direitos, que to<strong>do</strong><br />

mun<strong>do</strong> tem casa, não tem gente <strong>na</strong> rua..., .então ela imagi<strong>na</strong> que é só ela se<br />

transportar para outro país e já vai adquirir esses direitos, que aqui ela sabe<br />

que não tem” (Leite, 2007).<br />

Na perspectiva <strong>do</strong> Cedeca deve ser feita, inicialmente, a ponderação de<br />

que suas campanhas anteriores estavam direcio<strong>na</strong>das para a questão <strong>do</strong> turista,<br />

“a gente bombardeava essa questão” (Araújo, 2007). “Com o tempo”,<br />

prossegue Araújo, “começou-se a se pensar não só no turista, mas que a rede<br />

está aqui, as pessoas estão aqui, existin<strong>do</strong> outros meios de favorecer a <strong>exploração</strong><br />

dessa criança que não seja só o vinculo <strong>do</strong> comércio pelo sexo, como, por<br />

exemplo, a pornografia infantil <strong>na</strong> internet, tem o tráfico de pessoas”. Na visão<br />

<strong>do</strong> Cedeca e das idéias de Koshima, a <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> tem quatro eixos: “a<br />

<strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> como algo que tem dentro <strong>do</strong> município, o turismo <strong>sexual</strong><br />

que é forte, tráfico de pessoas para fins de <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> e a pornografia<br />

infantil <strong>na</strong> internet, tu<strong>do</strong> isso é <strong>exploração</strong>” (Araújo, 2007). Na visão da instituição,<br />

o turismo surgiu como um “alavanca<strong>do</strong>r” inclusive de tráfico, pois o<br />

turista traz consigo “aquela idéia <strong>do</strong> príncipe encanta<strong>do</strong>” (Araújo, 2007).<br />

Violência e família<br />

Na relação das mulheres locais com o turista há um “desejo de ter o homem<br />

ideal, porque o europeu é sempre visto como o homem ideal, que não é ma-

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