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O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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Combate à <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> de crianças e a<strong>do</strong>lescentes no turismo em Salva<strong>do</strong>r 131<br />

Inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lmente considera-se que existem quatro (ou cinco) dimensões da<br />

<strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> comercial de crianças e de a<strong>do</strong>lescentes: prostituição, porno-<br />

grafia, turismo <strong>sexual</strong>, tráfico e pe<strong>do</strong>filia (sobre a qual existem divergências se<br />

deve ser considerada atividade <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> <strong>do</strong> sexo).<br />

(Cecria, 2002:64)<br />

Roseno (2006:299) aponta que a Organização Mundial de <strong>Turismo</strong> define<br />

o turismo <strong>sexual</strong> como a “realização de viagens organizadas dentro <strong>do</strong> <strong>setor</strong><br />

<strong>do</strong> turismo ou fora deste, porém com o uso de suas estruturas e redes, com<br />

o propósito primeiro de permitir relações sexuais comerciais <strong>do</strong> turista com<br />

os/as residentes <strong>do</strong> local de destino”.<br />

Para a existência de um fenômeno negativo como o turismo <strong>sexual</strong>, há<br />

indícios de que os apoios diretos ou indiretos de diversas redes, que atuam<br />

concomitantemente, proporcio<strong>na</strong>m a continuidade da atividade. Entre elas,<br />

pode-se citar a própria rede de funcio<strong>na</strong>mento <strong>do</strong> sistema <strong>turístico</strong> (caben<strong>do</strong><br />

destacar que não são todas as organizações <strong>do</strong> sistema <strong>turístico</strong> que se inserem<br />

nesse contexto), formada por hotéis, restaurantes, bares, taxistas, agências de<br />

viagem etc., que permitem ou até mesmo incentivam o turismo <strong>sexual</strong> por<br />

pertencer também à rede de <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong>, onde os agentes envolvi<strong>do</strong>s estabelecem<br />

relações de troca e obtêm benefícios por meio <strong>do</strong> turismo <strong>sexual</strong>.<br />

Faleiros é cita<strong>do</strong> em Faleiros e Campos (2002): “As redes não são invenções<br />

abstratas, mas partem da articulação de atores/organizações, forças<br />

existentes no território, para uma ação conjunta multidimensio<strong>na</strong>l, com responsabilidade<br />

compartilhada (parcerias) e negociada”.<br />

Assim, há uma grande necessidade de que se estabeleçam diversas frentes,<br />

formadas por movimentos da sociedade civil, ações gover<strong>na</strong>mentais severas<br />

e apoio inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l para atuação também nos países de origem, de<br />

onde vêm os turistas sexuais, para o enfrentamento de redes tão complexas e<br />

difusas, para o extermínio ou minimização <strong>do</strong> problema da <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong><br />

infanto-juvenil no turismo. O entrevista<strong>do</strong> Araújo (2007), <strong>do</strong> Cedeca, faz a<br />

seguinte menção sobre as redes: “Para enfrentar a rede de <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong>,<br />

somente uma rede de combate bem fortalecida. No momento, atuamos mais<br />

<strong>na</strong> prevenção e em ações paliativas, <strong>na</strong>s discussões... mas o que precisamos<br />

mesmo é combater de verdade”. Assim, infere-se que, para que se combata<br />

essa modalidade de violência, é extremamente necessário que a mesma seja

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