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O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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Combate à <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> de crianças e a<strong>do</strong>lescentes no turismo em Salva<strong>do</strong>r 135<br />

diutur<strong>na</strong>mente lança<strong>do</strong>s nesse merca<strong>do</strong> nefasto por, principalmente, sérios<br />

problemas econômicos em suas famílias, em suas regiões <strong>na</strong>talícias.<br />

Diante de tanta desigualdade socioeconômica, a RMS não poderia deixar<br />

de ser prato farto para os explora<strong>do</strong>res de serviços sexuais. Crianças e a<strong>do</strong>lescentes<br />

são lança<strong>do</strong>s <strong>na</strong> vida e num mun<strong>do</strong> deplorável por não dispor <strong>do</strong> básico<br />

em seus cotidianos, por viverem em famílias incapazes de prover educação,<br />

moradia e alimentação para seus membros mais necessita<strong>do</strong>s.<br />

Apesar de ter diminuí<strong>do</strong> a proporção de pessoas extremamente pobres,<br />

a RMS ainda está longe de alcançar a meta traçada pela ONU. Entre 1991 e<br />

2000 a porcentagem de habitantes que vivem com menos de um salário mínimo<br />

caiu de 16,69% para 15,21%, um percentual extremamente alto, assim<br />

como em valores absolutos e, ainda mais, levan<strong>do</strong> em consideração o irrisório<br />

poder de compra <strong>do</strong> salário mínimo. Para cumprir a meta estabelecida<br />

pela ONU essa porcentagem deve cair ainda mais para que atinja a marca <strong>do</strong>s<br />

8,35% até 2015.<br />

Um estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> pelo Cedeca no ano de 2002/03 (Ávila, Oliveira e<br />

Filho, s.d.) indica que os principais responsáveis pelo deslocamento de meni<strong>na</strong>s<br />

para o merca<strong>do</strong> <strong>sexual</strong> de Salva<strong>do</strong>r são caminhoneiros usuários <strong>do</strong> sexo<br />

com essas crianças e a<strong>do</strong>lescentes encontradas em peque<strong>na</strong>s cidades com altíssimo<br />

grau de miséria, em entroncamentos e/ou paradas em estradas de rodagem,<br />

todas elas com o sonho de refazerem suas vidas num lugar de “mais<br />

oportunidades”.<br />

Em geral são crianças que já vivem em miséria, num ambiente familiar<br />

corrompi<strong>do</strong>, que já sofrem ou sofreram abuso <strong>sexual</strong> por parte de parentes ou<br />

conheci<strong>do</strong>s de suas famílias; crianças aban<strong>do</strong><strong>na</strong>das por seus pais, desamparadas<br />

de toda sorte, de to<strong>do</strong>s os meios dignos de sobrevivência. Chegadas das<br />

cidades mais carentes <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, aqui, essas crianças e a<strong>do</strong>lescentes são lançadas<br />

em “guetos”, submun<strong>do</strong> das perversões sexuais, onde encontram outras<br />

vítimas em mesma situação para compartilharem suas <strong>do</strong>res, seus anseios, e<br />

chafurdar ainda mais <strong>na</strong> miséria de uma vida sem perspectivas de crescimento,<br />

à mercê de uma sociedade desigualitária e injusta. Também são pontos<br />

de encaminhamento para <strong>exploração</strong> comercial <strong>do</strong> sexo garimpos e grandes<br />

empreendimentos, como obras, onde há um grande contingente de homens,<br />

onde há circulação de executivos e políticos, além de cidades portuárias e de<br />

fronteiras.

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