O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

Atuação das ONGs em Manaus no combate à exploração sexual de crianças e adolescentes 265
se considerava circunstancial inicialmente, começou a se firmar ao longo dos
anos 1980 quando se percebeu que muitas atividades de interesse público podiam
ser exercidas por outras instituições e de forma até mais eficiente do que
se realizadas pelo Estado (Fernandes, 1994, apud Liberman, 2004).
A atuação do terceiro setor é importante como um conjunto de instituições
que compartilha com o Estado a implementação de políticas públicas
pelo desenvolvimento de projetos e atividades inovadores enfocando principalmente
a dimensão social. Nessa perspectiva são empreendedores sociais.
O empreendedorismo social é um conceito ainda em construção e muito
recente com vários autores procurando construir uma teoria sobre essa temática.
Sabe-se que sobre o empreendedorismo econômico, apesar de ainda recente,
já existe uma discussão que teve início por volta do século XVII ou XVIII.
O termo entrepreneur teve origem na economia francesa e significa alguém
que “empreende” um projeto ou uma atividade inovadora. Passou a ser
usado para identificar os indivíduos destemidos que assumem riscos e estimulam
o progresso econômico pela criação de algo novo e diferente. No século
XIX, foi atribuída a autoria desse significado específico ao economista francês
Jean Baptiste Say.
No século XX, o economista mais associado ao termo foi Joseph Schumpeter,
que descreveu os empreendedores como os inovadores que conduzem o
processo “criativo/destrutivo” do capitalismo. Os empreendedores de Schumpeter
são os agentes da mudança na economia. “O empresário inovador é o
agente econômico que traz novos produtos para o mercado por meio de combinações
mais eficientes dos fatores de produção, ou pela aplicação prática de
alguma invenção ou inovação tecnológica” (Schumpeter, 1982:48).
Os autores contemporâneos que escrevem sobre gestão e empresas têm
apresentado um vasto leque de teorias do empreendedorismo. Muitos dos
pensadores continuam fiéis à tradição de Say-Schumpeter, ao mesmo tempo
em que oferecem variações sobre o tema.
Peter Drucker (apud Dees, 2001), por exemplo, começa pela definição
de Say, mas amplia-a para se centrar na oportunidade. Para Drucker, os empreendedores
não têm de provocar mudanças, têm de explorar as oportunidades
que são criadas pela mudança (na tecnologia, nas preferências dos
consumidores, nas normas sociais etc.). Nas suas palavras: “isto define o empreendedor
e o empreendedorismo — o empreendedor está sempre à procura da