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O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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O <strong>setor</strong> <strong>turístico</strong> <strong>versus</strong> a <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> <strong>na</strong> infância e a<strong>do</strong>lescência<br />

Bahiatursa e Emtursa) com o discurso que nós íamos afugentar o turismo e<br />

nós reagimos dizen<strong>do</strong> que não, que nós queríamos qualificar o turismo” (Oliveira,<br />

2007). Passa<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is ou três anos, “felizmente, eles perceberam que não<br />

afugentava o turismo e entraram <strong>na</strong> luta conosco e hoje compõem conosco o<br />

Comitê Estadual de Enfrentamento”. Em relação aos governos, a sensibilização<br />

em relação à questão ocorre, mas “não com a intensidade que gostaríamos”<br />

(Oliveira, 2007). Oliveira ressalta que os governos “têm se sensibiliza<strong>do</strong><br />

com a questão, nos ajuda<strong>do</strong> no que podem, assim como outras organizações,<br />

mas gostaríamos de enfatizar que não <strong>na</strong> intensidade [necessária]” (Oliveira,<br />

2007). O que se nota nesta afirmação é praticamente uma inversão de valores,<br />

uma questão que seria típica de Esta<strong>do</strong> parece que recai nos ombros da<br />

sociedade ou de uma, ou algumas, ONGs, como o próprio Cedeca. Oliveira<br />

se queixa da falta de verbas para atuação “principalmente <strong>na</strong> periferia e <strong>na</strong> região<br />

metropolita<strong>na</strong>”, observan<strong>do</strong> que somente Camaçari [município da Região<br />

Metropolita<strong>na</strong> de Salva<strong>do</strong>r] firmou um acor<strong>do</strong> conosco, os outros admitem<br />

que existe [o problema], mas...” (Oliveira, 2007). Simões Filho é um exemplo,<br />

onde meni<strong>na</strong>s ficam à beira da estrada no Centro Industrial de Aratu (CIA).<br />

Houve uma aproximação <strong>do</strong> Cedeca com a prefeitura desse município, uma<br />

vez demonstra<strong>do</strong> o “interesse de firmar um convênio”, sen<strong>do</strong> formulada uma<br />

proposta de diagnóstico da situação, com seminários, depois a realização de<br />

um guia volta<strong>do</strong> para a questão etc. O dirigente informa ainda que foi feita<br />

uma redução apreciável no custo <strong>do</strong> trabalho para sua viabilização. Mesmo<br />

assim não foi aprova<strong>do</strong>, o que levou o Cedeca a perceber “o quanto vai de<br />

diferença entre o discurso e a prática” (Oliveira, 2007). E o problema persiste<br />

no município “porque se negaram a fazer o convênio” (Oliveira, 2007). O<br />

mesmo acontece com a prefeitura de Salva<strong>do</strong>r, onde foi apresenta<strong>do</strong> um projeto<br />

em mea<strong>do</strong>s de 2005. Posteriormente no fi<strong>na</strong>l de janeiro de 2006 o projeto<br />

foi reapresenta<strong>do</strong> e “aprova<strong>do</strong> com louvor” e “resumin<strong>do</strong>, estamos no 2 o<br />

semestre de 2007 e até agora <strong>na</strong>da [aconteceu]” (Oliveira, 2007). Novamente,<br />

o que se vê é que “no discurso é dada uma prioridade e <strong>na</strong> prática esta não<br />

existe” (Oliveira, 2007), convergin<strong>do</strong> com a reflexão empreendida por Bobbio,<br />

anteriormente apresentada. Também, quanto ao atual governo <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> temse<br />

a mesma situação, haven<strong>do</strong> uma promessa de “pagamento <strong>do</strong>s técnicos”<br />

(psicólogos, advoga<strong>do</strong>s da equipe). Ainda que haja uma compreensão devi<strong>do</strong><br />

à mudança de governo, a proposta enviada em janeiro de 2007 só tinha uma

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