O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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Estudo de caso da Freeway Brasil 389 Edgar, como um dos diretores da TOI, se sensibilizou com o tema. As condições para ele iniciar uma campanha no Brasil sobre a questão eram ideais. Ele já tinha uma referência, o The Code, e contava com um parceiro de peso: a ECPAT. A importância dessas entidades ajudaria a dar credibilidade às ações da Freeway sobre a exploração sexual infanto-juvenil. Assim, ele, representando a Freeway Brasil, assinou um termo de compromisso junto à ECPAT. Dessa forma, o vínculo foi reforçado e a empresa começou a dar os primeiros passos em direção à sua campanha no Brasil contra a exploração sexual no turismo. Segundo ele, no Brasil pouco se falava de exploração sexual no turismo, apesar de ser um problema freqüente. O tema só entrou pra valer nas agendas da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur) e do Ministério do Turismo em 2005, um ano depois da Freeway começar sua campanha. De acordo com o depoimento de Edgar é possível que a iniciativa da Freeway tenha influenciado os organismos governamentais. Os objetivos e estratégias norteadores da campanha, destacados a seguir, buscaram envolver fornecedores, 9 clientes, o segmento turístico como um todo e a sociedade. Como se pode notar, o tema procurou ser tratado de forma ampla, indo além dos stakeholders da Freeway. Objetivos ¥ Fornecedores: envolvê-los fazendo-os aderir à campanha por meio da assinatura de um termo de compromisso. 10 ¥ Clientes: envolvê-los e conscientizá-los sobre a questão, outorgando-lhes o papel de fiscal da campanha. ¥ Segmento do turismo: sensibilizar todo o segmento para a sua co-responsabilidade, buscando a adesão de outras empresas à campanha. ¥ Sociedade: sensibilizar a sociedade e lançar luz sobre o tema. 9 Os fornecedores de uma operadora são os hotéis, pousadas e agências que atuam nos destinos em que ela opera. 10 Ver anexo 1.
390 Estratégias O setor turístico versus a exploração sexual na infância e adolescência ¥ Fornecedores: adaptar o termo de compromisso da ECPAT assinado pela Freeway para os fornecedores formalizarem o seu comprometimento junto à Freeway Brasil. ¥ Clientes: conscientizá-los e orientá-los, por meio de conversas e de material institucional, para que eles fiscalizassem casos de exploração sexual nos destinos turísticos visitados. ¥ Segmento do turismo: despertar o segmento para o tema e motivar ações sobre a questão por meio de campanhas e matérias na imprensa. ¥ Sociedade: estimular o debate, fomentar mudanças de comportamento, induzir ações governamentais e envolver as comunidades, fazendo campanhas em feiras e divulgando matérias na imprensa. A campanha contra a exploração sexual infanto-juvenil no turismo foi lançada em março de 2004 e teve uma forte repercussão no cenário turístico. Foi assim que se iniciaram ações visando mudar a imagem do Brasil como destino de turismo sexual, por meio de experiências de intervenção na realidade. A primeira ação da Freeway foi apresentar a campanha na Adventure Sports Fair, uma das maiores feiras de esportes e turismo do mundo, considerada a maior feira de aventura da América Latina. Em parceria com a TOI, a Freeway montou um estande com o objetivo de recolher assinaturas para um abaixo-assinado contra a exploração sexual infanto-juvenil no turismo e se aproveitou do espaço para divulgar a sua campanha. O segundo passo foi adaptar o termo de compromisso, assinado com a ECPAT, para seus fornecedores. Esse termo é de conteúdo simples e procura sensibilizar, conscientizar e fornecer suporte institucional para que os parceiros possam adotar no seu cotidiano profissional as práticas propostas. Nele o fornecedor se compromete a: ¥ incorporar a campanha dentro de sua empresa; ¥ treinar seus guias, funcionários e parceiros sobre esta campanha; ¥ informar seus clientes que a empresa não aceita e nem é conivente com a exploração sexual de crianças e jovens;
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