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O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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360<br />

O <strong>setor</strong> <strong>turístico</strong> <strong>versus</strong> a <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> <strong>na</strong> infância e a<strong>do</strong>lescência<br />

cação popular e de atuação <strong>na</strong> elaboração e controle social das políticas públicas<br />

ainda em anos de regime militar” (Sucupira, Chaves, Monteiro, 2007).<br />

Se expandem, contu<strong>do</strong>, nos anos 1980 em grande parte impulsio<strong>na</strong>das pelo<br />

retorno ao país de exila<strong>do</strong>s que acumularam experiência inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l em instituições<br />

similares no exterior (Sucupira, Chaves e Monteiro, 2007). Nos anos<br />

1990 “as relações entre ONGs e Esta<strong>do</strong> se complexificaram” (Sucupira, Chaves<br />

e Monteiro, 2007). Ao la<strong>do</strong> de “reivindicação e conflito” coexistiam “diálogo<br />

e colaboração” com o Esta<strong>do</strong>. Surgem as ONGs, não para substituir o Esta<strong>do</strong>,<br />

“mas como uma instância que pode contribuir, apresentar propostas e influenciar<br />

positivamente as políticas gover<strong>na</strong>mentais (...)” (Sucupira, Chaves e Monteiro,<br />

2007). To<strong>do</strong>s os processos mencio<strong>na</strong><strong>do</strong>s acabam por contribuir para uma<br />

explosão ou proliferação das ONGs no Brasil que foram “ganhan<strong>do</strong> legitimidade<br />

acompanhadas pela ampliação de espaços <strong>na</strong> mídia e no debate político” (Sucupira,<br />

Chaves e Monteiro, 2007). A afirmação de Rosa et al. (apud Sucupira,<br />

Chaves, Monteiro, 2007) explica muito bem para o que vêm as ONGs:<br />

se antes o público (Esta<strong>do</strong>) cuidava das coisas “públicas/sociais” e o priva<strong>do</strong><br />

somente <strong>do</strong>s seus interesses priva<strong>do</strong>s, deixan<strong>do</strong> ao cargo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> cuidar das<br />

coisas coletivas, agora o priva<strong>do</strong> ante a inércia <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, assume o papel histó-<br />

rico deste, oferecen<strong>do</strong> participação <strong>na</strong> erradicação <strong>do</strong>s problemas sociais.<br />

Dessa afirmação extrai-se também a nova forma de atuação das ONGs<br />

que se consoli<strong>do</strong>u sobremaneira nos últimos anos, a parceria com o Esta<strong>do</strong>.<br />

Um dirigente de ONG aponta de maneira bem oportu<strong>na</strong> a pluralidade<br />

de ONGs que foram criadas poden<strong>do</strong>-se identificar “ONG movimento, ONG<br />

tema, ONG como ator, ONG consultor, ONG não sei o que” (Sucupira, Chaves<br />

e Monteiro, 2007) e ainda ONG como “causa” (Sucupira, Chaves e Monteiro,<br />

2007). Nesse contexto, já aponta<strong>do</strong>, de inércia <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> que também<br />

poderia ser chama<strong>do</strong> de desresponsabilização <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, cabe o depoimento<br />

de um outro dirigente de ONG que nenhuma delas “quer substituir o Esta<strong>do</strong><br />

(...). O que acontece é que o Esta<strong>do</strong> não dá conta em muitas coisas” e as ONGs<br />

acabam “realizan<strong>do</strong> um pouco de ações que seriam <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, de responsabilidade<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>” (Sucupira, Chaves e Monteiro, 2007). Mais especificamente<br />

e convergin<strong>do</strong> com nosso objeto de pesquisa, um outro dirigente afirma que o<br />

objetivo de uma ONG não é fazer “atendimento, quem tem que fazer atendi-

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