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O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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Papel da sociedade<br />

O <strong>setor</strong> <strong>turístico</strong> <strong>versus</strong> a <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> <strong>na</strong> infância e a<strong>do</strong>lescência<br />

“A sociedade ainda está começan<strong>do</strong> a perceber que o fenômeno existe (...) a<br />

questão da violência <strong>sexual</strong> ainda é cercada de tabus” (Santos, 2007). Praticamente<br />

<strong>na</strong> mesma linha, um outro educa<strong>do</strong>r registra que a sociedade ainda não<br />

se encontra conscientizada <strong>do</strong> problema, pois “ainda tem o pensamento muito<br />

machista, preconceituoso, individualista”, não haven<strong>do</strong> preocupação quan<strong>do</strong><br />

o problema é com outros (Araújo, 2007). Nesse senti<strong>do</strong> o trabalho <strong>do</strong> Cedeca,<br />

ao qual pertence, é mais para “prevenção e sensibilização”, de “fazer com<br />

que as pessoas entendam o fenômeno da violência <strong>sexual</strong>”. Em seu entender,<br />

“está faltan<strong>do</strong> a reflexão de alguns <strong>setor</strong>es da sociedade, instituições”. Chama<br />

atenção, o educa<strong>do</strong>r, para o papel da mídia, pois, esta “de vez em quan<strong>do</strong>,<br />

pega muito pesa<strong>do</strong>, precisa se alertar um pouquinho com relação a isso,<br />

principalmente em relação a nomenclatura e semântica, o como tratar o caso<br />

<strong>na</strong> televisão, como discutir, como propor opiniões tão generalistas” (Araújo,<br />

2007). Em sua opinião, falta “reflexão, discussão, trazer várias opiniões para<br />

o povo pensar e não trazer uma coisa fechada e acabada”. Em suma, em sua<br />

opinião, “o poder público precisa se responsabilizar mais e nós, sociedade<br />

civil, precisamos arregaçar as mangas, parar de falar de bolsa, estágio, tem que<br />

se perguntar o que mesmo que pode [ser feito]? Sair <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> que pode<br />

para o real” (Araújo, 2007).<br />

Na visão <strong>do</strong> Chame, <strong>na</strong> voz de Leite, a sociedade é “muito pouco” mobilizada.<br />

As ONGs tentam, muito, até muitas vezes fazen<strong>do</strong> o papel <strong>do</strong> governo. Mas a so-<br />

ciedade quer ver o seu filho bem, principalmente a classe média e a classe média<br />

alta, não quer dividir o seu salário, não quer ter essa igualdade toda. No discurso<br />

é tu<strong>do</strong> muito bom, é só olhar o nosso cenário, é só olhar os nossos deputa<strong>do</strong>s, é<br />

só olhar para ver que não se importam com essas pessoas. Que importância eles<br />

estão dan<strong>do</strong> a isso? Quan<strong>do</strong> a gente começa a ver a quantidade de absur<strong>do</strong>s que<br />

estão se passan<strong>do</strong> nesse país [esses políticos] não tem responsabilidade.<br />

(Leite, 2007)<br />

Quanto ao comportamento da rede hoteleira se existe um efetivo engajamento<br />

no combate ao turismo <strong>sexual</strong>, verificamos que o que acontece no

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