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O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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O <strong>setor</strong> <strong>turístico</strong> <strong>versus</strong> a <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> <strong>na</strong> infância e a<strong>do</strong>lescência<br />

para causa dessa violência é a exclusão social, de uma sociedade extremamente<br />

capitalista onde poucos têm tu<strong>do</strong> e muitos não tem <strong>na</strong>da” (Araújo, 2007).<br />

Isso se des<strong>do</strong>bra no consumo <strong>do</strong>s a<strong>do</strong>lescentes, questão importante para estes,<br />

onde “fulano tem direito de comprar aquela peça de roupa e eu não tenho!<br />

Então o que é que eu vou fazer para poder ter? Eu vou vender meu corpo, vou<br />

roubar, vou entrar no mun<strong>do</strong> das drogas, porque eu não consigo isso, não sou<br />

capaz” (Araújo, 2007). Em sua perspectiva, é “preciso tratar primeiro toda essa<br />

exclusão para depois pensar em maioridade pe<strong>na</strong>l”, alter<strong>na</strong>tiva normalmente<br />

apontada no trato da violência. “Assim não acredito que seja uma prioridade,<br />

às vezes, o poder público si<strong>na</strong>liza algumas coisas, como a implantação de<br />

ações com a polícia ro<strong>do</strong>viária, quan<strong>do</strong> se tor<strong>na</strong> uma política pública, mas<br />

vem outro governo e troca” (Araújo, 2007).<br />

Ainda que, evidentemente, não isentan<strong>do</strong> o esta<strong>do</strong>, esse depoimento<br />

mostra que existe uma questão mais de fun<strong>do</strong> que reside <strong>na</strong> própria lógica<br />

não só da sociedade capitalista, com a especificidade <strong>do</strong> aprofundamento das<br />

desigualdades e da pobreza <strong>na</strong> situação brasileira, geran<strong>do</strong> diversas exclusões,<br />

mas também <strong>na</strong> própria lógica de uma sociedade de consumo que exacerba<br />

essas diferenças.<br />

Na perspectiva <strong>do</strong> Chame, através de Leite, “Esta<strong>do</strong> e sociedade vivem<br />

uma falsa moral. O esta<strong>do</strong> tem feito muita coisa com relação à criança e ao<br />

a<strong>do</strong>lescente, mas quan<strong>do</strong> a mulher já tem 18 anos, é por conta dela”, o esta<strong>do</strong><br />

tira “a responsabilidade <strong>do</strong> que esse ser pode passar, de que possa ser explora<strong>do</strong><br />

(...) se omite com relação à responsabilidade da cidadã a partir <strong>do</strong>s 18<br />

anos” (Leite, 2007). Também quanto a essas políticas estatais para crianças<br />

e a<strong>do</strong>lescentes, essas “não dão conta”, atuam “somente da visão da repressão.<br />

Não se observa com relação ao comportamento, da educação, da cidadania,<br />

não se vê por esse la<strong>do</strong>. O la<strong>do</strong> que se vê é só o da repressão (‘Vamos prender<br />

esses caras!’)”. Ela questio<strong>na</strong>: “qual é a perspectiva que o país está dan<strong>do</strong> para<br />

os jovens?”. No seu entendimento<br />

a educação das escolas públicas está perdida, desenga<strong>na</strong>da, completamente de-<br />

teriorada, um faz-de-conta! Eles se formam, mas saem de lá sem saber ler e es-<br />

crever! Que perspectivas o governo está dan<strong>do</strong> para esses jovens para enfrentar<br />

o merca<strong>do</strong> de trabalho, para ter segurança, para essas mulheres jovens terem as

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