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O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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Combate à <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> de crianças e a<strong>do</strong>lescentes no turismo em Salva<strong>do</strong>r 167<br />

Em termos quantitativos, os resulta<strong>do</strong>s são muito limita<strong>do</strong>s. Levan<strong>do</strong> em<br />

consideração to<strong>do</strong> o contexto apresenta<strong>do</strong> deve ser observa<strong>do</strong> que esse é “um<br />

trabalho de formiguinha, um trabalho bem minucioso”. O processo de busca<br />

ativa <strong>do</strong> Cedeca que durou um ano “teve contato com de 15 a 20 meni<strong>na</strong>s e,<br />

se cinco delas conseguimos trazer para a instituição foi muito, e dessas cinco<br />

ape<strong>na</strong>s duas temos notícias de que não estão mais no mun<strong>do</strong> da <strong>exploração</strong><br />

<strong>sexual</strong>, para se ter noção <strong>do</strong> quanto é difícil esse trabalho” (Araújo, 2007).<br />

Araújo ainda argumenta que o Cedeca não conseguiu aplicar essa meto<strong>do</strong>logia<br />

de uma forma seqüenciada porque precisava pagar as pessoas, e “esse tipo de<br />

serviço é feito à noite e tem risco, ten<strong>do</strong> que pagar pelo risco de vida. Para<br />

contratar técnicos, tem que ter dinheiro e o Cedeca é uma ONG e assim é a<br />

função <strong>do</strong> poder publico assumir essa responsabilidade”.<br />

Ten<strong>do</strong> atendi<strong>do</strong> vários tipos de casos, a experiência <strong>do</strong> Sentinela conclui<br />

que a “questão da <strong>exploração</strong> é muito complicada porque a meni<strong>na</strong> não se<br />

vê explorada”, o que mostra como se tor<strong>na</strong> difícil enfrentar e quebrar esse<br />

círculo vicioso. “A grande maioria” das meni<strong>na</strong>s, mesmo em atendimento,<br />

acaba se evadin<strong>do</strong>, até porque “a rede de <strong>exploração</strong> é muito forte e não temos<br />

uma rede de enfrentamento sustentada ou de garantia que vá sustentar o pósatendimento”<br />

(Vasconcelos, 2007). Um outro depoimento de educa<strong>do</strong>ras <strong>do</strong><br />

Sentinela mostra que “não só a rede é muito fraca, como as políticas públicas<br />

não são eficazes, com certeza porque não adianta tirar uma meni<strong>na</strong> da rua,<br />

fazer to<strong>do</strong> um trabalho volta<strong>do</strong> para garantia de direitos, enquanto sujeitos<br />

protagonistas da sua própria história, se, de repente, ela vai sair daqui e não<br />

encontrar um emprego, vai ver as coisas e não vai querer e não poder comprar”<br />

(Vasconcelos, 2007). Conhecen<strong>do</strong> um pouco mais da lógica dessa rede<br />

<strong>do</strong> turismo <strong>sexual</strong>, “uma rede muito estruturada, o turista não vai a Periperi,<br />

Fazenda Grande, Alaga<strong>do</strong>s [bairros periféricos] etc., eles já chegam com um<br />

pacote pronto. O turista está nos pontos <strong>turístico</strong>s. E a nossa rede de enfrentamento<br />

é muito fragilizada” (Programa Sentinela, s.d.).<br />

Nesse momento <strong>do</strong> depoimento, uma educa<strong>do</strong>ra alertou para o fato da<br />

existência <strong>do</strong> ela e ele, ou seja, a situação “ocorre com meninos também” e<br />

esse “número de meninos está crescen<strong>do</strong> em relação à violência <strong>sexual</strong>” (Programa<br />

Sentinela, s.d.). Na percepção dessa educa<strong>do</strong>ra, “esses meninos estão<br />

aparecen<strong>do</strong>, graças a Deus”, e eles estão em uma situação pior, porque “além

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