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O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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O <strong>setor</strong> <strong>turístico</strong> <strong>versus</strong> a <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> <strong>na</strong> infância e a<strong>do</strong>lescência<br />

O tráfico ocorre intenso, facilita<strong>do</strong> por caminhoneiros que percorrem to<strong>do</strong>s<br />

os esta<strong>do</strong>s no Norte-Nordeste e levam em suas boléias crianças para outras<br />

cidades e/ou esta<strong>do</strong>s, dificultan<strong>do</strong> o trabalho de prevenção aplica<strong>do</strong> junto à Polícia<br />

Ro<strong>do</strong>viária. O turismo <strong>sexual</strong> e a <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> estão intrinsecamente<br />

liga<strong>do</strong>s ao tráfico de pessoas. Muitas dessas crianças e a<strong>do</strong>lescentes são trazidas<br />

para a capital de Salva<strong>do</strong>r, ou outra capital pólo de turismo no Norte-Nordeste,<br />

como turistas, por mantene<strong>do</strong>res da rede ilegal, para logo depois serem enviadas,<br />

agora através <strong>do</strong> tráfico mesmo, para outras regiões <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, onde se<br />

tor<strong>na</strong>rão escravas sexuais, servin<strong>do</strong> tanto para o comércio <strong>sexual</strong> quanto para a<br />

produção de pornografia para ser distribuída inclusive pela internet. Uma rede<br />

criminosa formatada por máfias, o que a tor<strong>na</strong> extremamente perigosa.<br />

Informa ainda, o estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> Cedeca, que a rede de pessoas comprometidas<br />

com a <strong>exploração</strong> é bem articulada e que apesar das constantes campanhas<br />

gover<strong>na</strong>mentais, e fiscalização da polícia, ela permanece atuante. Taxistas, <strong>do</strong>nos<br />

de agência de viagens, barraqueiros de praia, policiais, hotéis, pousadas e<br />

agencia<strong>do</strong>res de mulheres, to<strong>do</strong>s trabalhan<strong>do</strong> juntos <strong>na</strong> <strong>exploração</strong> <strong>do</strong>s serviços<br />

sexuais presta<strong>do</strong>s por crianças e a<strong>do</strong>lescentes.<br />

Estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong> pelo Programa de Erradicação <strong>do</strong> Trabalho Infantil<br />

(Peti) identificou cerca de 700 crianças em situação de trabalho infantil, em<br />

Salva<strong>do</strong>r, a maioria trabalhan<strong>do</strong> em si<strong>na</strong>is, venden<strong>do</strong> balas, sen<strong>do</strong> os principais<br />

pontos de ocorrência <strong>do</strong> trabalho infantil o bairro <strong>do</strong> Rio Vermelho e a<br />

orla da Pituba. “Esse trabalho de identificação de <strong>exploração</strong> infanto-juvenil é<br />

um trabalho complica<strong>do</strong>, pois muitas vezes as meni<strong>na</strong>s mascaram a questão<br />

da idade” (Pedreira, 2007). Essa atividade “pode ser uma porta de entrada<br />

para a <strong>exploração</strong>, pois sempre tem um adulto, alguém mais velho, eles estão<br />

sempre agrupa<strong>do</strong>s, acaba sempre ten<strong>do</strong> alguém que explora. Mas a maioria<br />

dessas crianças que trabalham são meninos” (Pedreira, 2007). A pesquisa<strong>do</strong>ra<br />

indica que o Peti está direcio<strong>na</strong>n<strong>do</strong> seus esforços para pesquisar “os caminhoneiros<br />

e não as crianças, muito no foco de pensar numa pesquisa com o<br />

‘cliente’, o que é fundamental para pensar as políticas públicas. Só prender,<br />

repressão não adianta. Tem que entender essa demanda para trabalhar as políticas”<br />

(Pedreira, 2007). Em sua percepção, “essas meni<strong>na</strong>s da estrada são as<br />

diretamente ligadas à pobreza”. As meni<strong>na</strong>s de Salva<strong>do</strong>r já podem ser vistas<br />

como pertencen<strong>do</strong> a “uma classe média, e entra muito a questão <strong>do</strong> consumo<br />

<strong>do</strong> status, ela quer ter a bolsa tal...” (Pedreira, 2007).

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