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O setor turístico versus a exploração sexual na - Ministério do Turismo

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Considerações fi<strong>na</strong>is<br />

O <strong>setor</strong> <strong>turístico</strong> <strong>versus</strong> a <strong>exploração</strong> <strong>sexual</strong> <strong>na</strong> infância e a<strong>do</strong>lescência<br />

Dificuldades de levantamento de da<strong>do</strong>s; posicio<strong>na</strong>mento <strong>do</strong>s atores;<br />

situação observada; abrigo para vítimas de tráfico, recomendações<br />

O estu<strong>do</strong> aqui apresenta<strong>do</strong> mostra a confirmação de uma verdadeira tragédia<br />

brasileira ao se constatar a existência de um problema que dificilmente pode<br />

ser medi<strong>do</strong> em números precisos da<strong>do</strong> o caráter subterrâneo <strong>do</strong> fenômeno sob<br />

análise. Pode-se perceber a existência de uma cidadania truncada, de segunda<br />

classe, quer como se chame estará a expressar uma cidadania incompleta,<br />

frágil. Aqui, percebe-se como o país evoluiu para uma democracia no senti<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>s direitos políticos, mas mostra uma face completamente incompleta no<br />

que se refere aos direitos civis e aos direitos sexuais. Ainda que a democracia<br />

deva ser vista como um valor universal, pode-se verificar que a existência da<br />

democracia no senti<strong>do</strong> político não garante por si só, pelo menos nos países<br />

periféricos, o enfrentamento de problemas básicos da sociedade. Os depoimentos<br />

basea<strong>do</strong>s <strong>na</strong> experiência de envolvimento e acompanhamento de vítimas<br />

da <strong>exploração</strong> levam à confirmação de que o problema não está ainda,<br />

efetivamente, <strong>na</strong> agenda <strong>do</strong>s gover<strong>na</strong>ntes e nem da sociedade. Esta assume<br />

um comportamento que tem duas faces. Por um la<strong>do</strong>, promove a negação<br />

<strong>do</strong> conflito, uma negação <strong>do</strong> problema, ainda que possam ser reconheci<strong>do</strong>s<br />

alguns avanços, até significativos, dada a dimensão <strong>do</strong> problema. Por outro,<br />

espera, como em tantas outras questões, que as respostas, as ações venham<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

Verifica-se também como a dimensão <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> se evapora com facilidade<br />

quan<strong>do</strong> se trata de áreas periféricas, mas também não sen<strong>do</strong> mais necessário<br />

sair <strong>do</strong>s grandes centros urbanos <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is para isso acontecer. Acontece<br />

neles tão logo se entra em uma “periferia”, onde o problema aparece mais. Na<br />

verdade, ele não aparece nem no centro desses centros, ou seja, <strong>na</strong>s áreas mais<br />

visíveis dessas cidades. Mesmo que alguns avanços tenham si<strong>do</strong> alcança<strong>do</strong>s<br />

o problema sob análise insere-se em uma rede muito poderosa de interesses<br />

de diversos matizes: econômicos, fi<strong>na</strong>nceiros, morais, envolven<strong>do</strong> pessoas e<br />

instituições poderosas, quer no âmbito <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> como da sociedade civil, no<br />

plano <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l. Apesar da abertura de algumas fissuras nessa<br />

rede esta ainda resiste e encontra outras formas de expressão e mobilização,

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