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Tese de Doutorado - versão final - Sistema de Bibliotecas da FGV ...

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Significado > Menos <strong>de</strong>terminável em bases coletivas<br />

Os significados atribuíveis ao trabalho, psicologicamente percebidos pelo<br />

profissional que o realiza, se tornam menos i<strong>de</strong>ntificáveis em termos coletivos na<br />

contemporanei<strong>da</strong><strong>de</strong>. Em vez <strong>de</strong> significados gerais, coletivamente apreendidos, haveria<br />

maior tendência à singularização. As razões para esse fenômeno foram apresenta<strong>da</strong>s nos<br />

capítulos prece<strong>de</strong>ntes: <strong>de</strong>clínio <strong>da</strong>s estruturas tradicionais <strong>de</strong> sentido (liga<strong>da</strong>s a<br />

organizações e a profissões); erosão <strong>da</strong>s estratégias coletivas <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa e <strong>de</strong> soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

profissional; e intensificação <strong>da</strong> tendência à individualização.<br />

Propósito > Sustento e consumo<br />

O trabalho corporativo tem como propósito básico o sustento individual e familiar,<br />

consi<strong>de</strong>rando-se os indícios <strong>de</strong> que, assegura<strong>da</strong> sua subsistência, o profissional corporativo<br />

não se manteria em sua ocupação assalaria<strong>da</strong> – por mais satisfeito e motivado que esteja. A<br />

aparente obvie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa proposição só se dissipa ao se constatar, via contra-exemplos,<br />

que o propósito do sustento não é condição essencial para outras mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

ocupacionais. Para o trabalhador autônomo, por exemplo, o provimento alternativo <strong>da</strong><br />

subsistência não implicaria, tão diretamente, a interrupção <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> realiza<strong>da</strong>.<br />

Vinculado a esse sustento, percebe-se um consumo em expansão e caracterizado<br />

por uma compulsorie<strong>da</strong><strong>de</strong> pouco evi<strong>de</strong>nte ao olhar cotidiano. Ao lado <strong>de</strong> um consumo<br />

discricionário, haveria um consumo imperativo que se assemelharia a uma reedição<br />

internaliza<strong>da</strong> <strong>da</strong>s antigas leis suntuárias.<br />

Direção > Complexificação e insustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

À primeira vista, o sentido do trabalho seria o <strong>de</strong> uma crescente subordinação à<br />

racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> técnico-científica, impulsiona<strong>da</strong> pelo já <strong>de</strong>scrito fenômeno <strong>da</strong> reflexivi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Essa constatação po<strong>de</strong>ria ser também consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> uma transposição do pensamento<br />

hei<strong>de</strong>ggeriano sobre a técnica mo<strong>de</strong>rna ao trabalho corporativo. A aplicação reflexiva <strong>de</strong><br />

conhecimento ao trabalho, a existência <strong>de</strong> uma lógica empresarial transbor<strong>da</strong>ndo as<br />

fronteiras organizacionais e o <strong>de</strong>svelamento <strong>da</strong> subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> sob tais circunstâncias são<br />

indícios que oferecem suporte adicional a tal proposição. Contudo, essa subordinação à<br />

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