Tese de Doutorado - versão final - Sistema de Bibliotecas da FGV ...
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utilizados para a formulação do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> reflexivi<strong>da</strong><strong>de</strong>s, nos permite propor uma<br />
aprendizagem em triplo loop: aprendizagem na qual o próprio sujeito ‘portador’ <strong>de</strong><br />
pressupostos seria tematizado em sua condição <strong>de</strong> construto sócio-histórico. A<br />
aprendizagem em triplo loop seria, <strong>de</strong>sse modo, aquela em que se exerce a reflexivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
essencial complexa. Mesmo sem elementos para uma afirmação cabal, é razoável supor<br />
que o diálogo em tal nível seja raro no contexto organizacional. Essa questão será<br />
retoma<strong>da</strong> adiante – ain<strong>da</strong> que indiretamente. Por ora, são necessários esclarecimentos<br />
adicionais sobre os objetivos <strong>de</strong>ste capítulo.<br />
O trabalho informacional corporativo é um conceito e, ao mesmo tempo, um<br />
fenômeno. Nele se encontra um sujeito, constituído segundo seu horizonte sócio-histórico,<br />
que <strong>de</strong>svela sentidos em uma relação profissional sócio-historicamente situa<strong>da</strong>. Como<br />
fenômeno, o trabalho é um fazer humano estreitamente vinculado ao ser humano. O que o<br />
trabalhador corporativo é está profun<strong>da</strong>mente marcado pelo que faz em seu papel<br />
profissional. Como o modo <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>sse trabalhador está em <strong>de</strong>vir, sua relação com o<br />
trabalho seria igualmente sujeita à transformação. Isso significa que o trabalho<br />
informacional corporativo não é algo <strong>de</strong>terminável sincronicamente, visto que múltiplos<br />
sentidos são <strong>de</strong>sveláveis em um <strong>da</strong>do momento; tampouco é estável em termos<br />
diacrônicos, pois esses sentidos se alteram no tempo. Em face <strong>de</strong>ssa dinâmica, o objetivo<br />
<strong>da</strong>s consi<strong>de</strong>rações pós-tese é estimular reflexões sobre o trabalho paradoxal; é propor uma<br />
relação dialógica com esse trabalho em constante transformação e assinalar algumas<br />
possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s disponíveis ao indivíduo que o executa. O diálogo aqui proposto tem o<br />
caráter <strong>de</strong> abertura, na acepção hei<strong>de</strong>ggeriana, e o caráter <strong>de</strong> aprendizagem proposto por<br />
Bohm (1996). Esse diálogo é, a<strong>final</strong>, um complemento e uma continuação do que foi<br />
realizado ao longo <strong>de</strong>ste estudo: produção <strong>de</strong> estranheza, tematização <strong>de</strong> aspectos<br />
‘naturalizados’, evi<strong>de</strong>nciação <strong>de</strong> questões indisponíveis ao discurso corrente e proposição<br />
<strong>de</strong> visa<strong>da</strong>s pouco usuais a ‘objetos’ cotidianos.<br />
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