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Tese de Doutorado - versão final - Sistema de Bibliotecas da FGV ...

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7. O TRABALHO REFLEXIVO<br />

O trabalho reflexivo é resultante direto do impacto do conhecimento no universo<br />

corporativo. Essa proposição consi<strong>de</strong>ra os diferentes graus em que esse impacto po<strong>de</strong> se<br />

<strong>da</strong>r, bem como a abrangência <strong>da</strong> reflexivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>í <strong>de</strong>corrente. Contudo, antes <strong>de</strong> a<strong>de</strong>ntrar<br />

essa discussão central do capítulo, é fun<strong>da</strong>mental apresentar o conceito <strong>de</strong> reflexivi<strong>da</strong><strong>de</strong> em<br />

suas diferentes acepções e caracterizá-lo em sua utilização nesse estudo.<br />

7.1. Reflexivi<strong>da</strong><strong>de</strong> no trabalho<br />

Reflexivo ou reflexível, em sua conotação mais usual, é um atributo do que é<br />

próprio para refletir. Refletir, por seu turno, po<strong>de</strong> se referir tanto a uma proprie<strong>da</strong><strong>de</strong> física<br />

(p. ex., o espelho que faz retroce<strong>de</strong>r a luz inci<strong>de</strong>nte) quanto a uma ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> mental (p. ex.,<br />

o raciocínio pon<strong>de</strong>rado a respeito <strong>de</strong> algo). Reflexivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, ou reflexibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, seria então a<br />

quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> reflexivo, ou reflexível (NASCENTES, 1988).<br />

A reflexivi<strong>da</strong><strong>de</strong> que nos interessa é a <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> humana. Nessa vertente, a<br />

reflexivi<strong>da</strong><strong>de</strong> é objeto <strong>de</strong> investigação <strong>da</strong> Filosofia e <strong>da</strong>s ciências humanas e sociais,<br />

po<strong>de</strong>ndo ser <strong>de</strong>fini<strong>da</strong> <strong>de</strong> diferentes maneiras:<br />

• Monitoramento <strong>da</strong> ação – capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> refletir sobre a própria ação, seja a priori<br />

seja a posteriori, raciocinando sobre motivações, conseqüências, propósitos, entre<br />

outros aspectos.<br />

• Razão – O entendimento <strong>da</strong> reflexivi<strong>da</strong><strong>de</strong> como racionali<strong>da</strong><strong>de</strong> ou razão <strong>de</strong>riva do<br />

cogito cartesiano, sendo a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> consciência em pensar-se a si própria.<br />

Essa mesma concepção <strong>de</strong> reflexivi<strong>da</strong><strong>de</strong> estaria presente no i<strong>de</strong>alismo alemão, com<br />

Kant e Hegel, até sua expressão mais recente na fenomenologia husserliana<br />

(DOMINGUES, 2002).<br />

• Duplicação racional – capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> o sujeito objetivar e tornar passíveis <strong>de</strong> análise<br />

sua própria ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> psíquica e suas operações subjetivas (MORIN, 2002). Essa<br />

<strong>de</strong>finição seria, em última análise, uma forma alternativa <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver a<br />

reflexivi<strong>da</strong><strong>de</strong> como a própria razão em ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> interna; semelhante, portanto, à<br />

<strong>de</strong>finição anterior.<br />

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