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Tese de Doutorado - versão final - Sistema de Bibliotecas da FGV ...

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além <strong>de</strong> ser classificado como oposto ao explícito, po<strong>de</strong> também ser entendido como um<br />

continuum que vai do não-explicitável ao passível <strong>de</strong> explicitação (FLEURY e OLIVEIRA<br />

Jr., 2001). Saber an<strong>da</strong>r <strong>de</strong> bicicleta, por exemplo, é um conhecimento caracteristicamente<br />

não-explicitável. Sua transferência só é possível pela experiência prática direta. Por outro<br />

lado, saber fabricar uma bicicleta é algo perfeitamente articulável em um procedimento<br />

operacional, o que possibilita sua aprendizagem via treinamento formal.<br />

Deve-se notar, ain<strong>da</strong>, que o conhecimento tácito, nessa acepção, se aproxima do<br />

conceito <strong>de</strong> competência. Sveiby (1998), por exemplo, enten<strong>de</strong> conhecimento como uma<br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> agir que po<strong>de</strong> ser parcialmente transmiti<strong>da</strong>; competência, como uma<br />

capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> transferível apenas pela prática; e perícia, como a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> intransferível. O<br />

conceito <strong>de</strong> competência será retomado ain<strong>da</strong> nesse capítulo.<br />

Apresentados os conceitos fun<strong>da</strong>mentais, po<strong>de</strong>mos então <strong>de</strong>finir gestão do<br />

conhecimento como o processo <strong>de</strong> geração, codificação e transferência do conhecimento<br />

em organizações (DAVENPORT e PRUSAK, 1998). A geração e a codificação<br />

envolveriam esforços sistematizados <strong>de</strong> explicitação <strong>de</strong> conhecimento tácito (NONAKA e<br />

TAKEUCHI, 1997). A transferência, por seu turno, <strong>de</strong>man<strong>da</strong>ria um contexto culturalmente<br />

favorável (DAVENPORT e PRUSAK, 1998) e incentivador <strong>da</strong> aprendizagem<br />

organizacional (SENGE, 1990).<br />

Uma <strong>de</strong>finição mais abrangente <strong>de</strong> gestão do conhecimento a qualifica como um<br />

“processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar, <strong>de</strong>senvolver, disseminar e atualizar o conhecimento<br />

estrategicamente relevante para a empresa, seja a partir <strong>de</strong> esforços internos <strong>da</strong><br />

organização, seja a partir <strong>de</strong> processos que extrapolam suas fronteiras.” (OLIVEIRA Jr.,<br />

2001:144). Um aspecto importante <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>finição é a referência à relevância estratégica<br />

do conhecimento a ser gerenciado, o que enfatiza o foco econômico-financeiro <strong>de</strong>ssa<br />

abor<strong>da</strong>gem. Nessa mesma direção, aponta a perspectiva <strong>de</strong> que gestão do conhecimento é<br />

um processo que visa à geração <strong>de</strong> riqueza a partir do capital intelectual <strong>de</strong> uma<br />

organização (BUKOWITZ e WILLIAMS, 2002), <strong>de</strong>vendo ser uma atribuição <strong>de</strong> todos os<br />

seus componentes, em to<strong>da</strong>s as funções (DAVENPORT e PRUSAK, 1998).<br />

Antes <strong>de</strong> concluir a discussão sobre a gestão do conhecimento, cabe acrescentar<br />

uma referência ao oposto do conhecimento e suas implicações. Assim como o<br />

conhecimento po<strong>de</strong> ser explícito ou tácito, as lacunas <strong>de</strong> conhecimento também po<strong>de</strong>m ser<br />

categoriza<strong>da</strong>s em dois níveis: as lacunas conheci<strong>da</strong>s e as <strong>de</strong>sconheci<strong>da</strong>s (STEWART,<br />

1998). A “organização <strong>da</strong> ignorância” proposta por Drucker (1997:149), po<strong>de</strong> ser<br />

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