Tese de Doutorado - versão final - Sistema de Bibliotecas da FGV ...
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e conhecimento. Um ponto importante que também emerge <strong>de</strong>ssas <strong>de</strong>finições se refere à<br />
quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do conteúdo informado: este <strong>de</strong>ve reduzir a incerteza e a ignorância do receptor.<br />
Para os objetivos <strong>de</strong>ste estudo, o conceito mais relevante é o <strong>de</strong> informação como<br />
conteúdo. Nessa acepção, existem algumas tentativas <strong>de</strong> distinguir informação <strong>de</strong><br />
conhecimento. Uma <strong>de</strong>las é proposta por Rabaça (1978:261) ao afirmar que “<strong>da</strong>do =<br />
mensagem sem avaliação; informação = <strong>da</strong>do mais avaliação; e conhecimento = <strong>da</strong>do mais<br />
avaliação, para um uso futuro mais geral.” Deve-se ressaltar que estamos comparando o<br />
conceito <strong>de</strong> informação como conteúdo (e não como ato comunicativo) com o conceito <strong>de</strong><br />
conhecimento como recurso (e não como ato cognitivo).<br />
4.2. Conhecimento técnico-científico<br />
Certamente o <strong>de</strong>bate em torno <strong>de</strong>sses conceitos não se encerra nas referências<br />
aponta<strong>da</strong>s e nem nas consi<strong>de</strong>rações aqui externa<strong>da</strong>s. O exercício <strong>de</strong> conceituação realizado<br />
não tem a pretensão <strong>de</strong> esgotar as possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> distinção entre os termos, mas sim <strong>de</strong><br />
apresentar alguns <strong>de</strong> seus fun<strong>da</strong>mentos. No âmbito <strong>de</strong>ste estudo, e especificamente quando<br />
falarmos em conhecimento técnico-científico, estaremos nos referindo ao saber não-<br />
especulativo proveniente <strong>da</strong>s ciências e utilizado intensivamente como recurso econômico<br />
em diversas organizações produtivas na atuali<strong>da</strong><strong>de</strong>. Ain<strong>da</strong> nesse mesmo âmbito, quando<br />
falarmos em informação (no trabalho informacional), estaremos nos referindo aos<br />
conteúdos significativos que reduzem a incerteza e/ou a ignorância no processo <strong>de</strong>cisório<br />
<strong>da</strong>s cita<strong>da</strong>s organizações produtivas. Observar que os dois conceitos apresentam<br />
interseções importantes, mas não são idênticos. Um <strong>de</strong>terminado conhecimento só po<strong>de</strong> ser<br />
consi<strong>de</strong>rado informação caso seja significativo (útil) para uma situação específica. Por<br />
outro lado, nem to<strong>da</strong> informação é, necessariamente, conhecimento (técnico-científico),<br />
mesmo sendo significativa e reduzindo a incerteza. Precisaria, além disso, ser <strong>de</strong>riva<strong>da</strong> <strong>de</strong><br />
um saber não-especulativo (<strong>de</strong> uma ciência).<br />
Antes <strong>de</strong> concluir a discussão sobre o conhecimento, alguns pontos ain<strong>da</strong> precisam<br />
ser analisados para sua melhor caracterização. Mais que um recurso-chave na or<strong>de</strong>m<br />
econômica contemporânea (DRUCKER, 1997) ou o meio mais eficaz <strong>de</strong> inovação e<br />
aquisição <strong>de</strong> vantagem competitiva sustentável (NONAKA e TAKEUCHI, 1997), o<br />
conhecimento técnico-científico praticamente se torna um fim em si mesmo (DEMO,<br />
1998). A impossibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> a ciência, matriz <strong>de</strong>sse conhecimento, ser um saber completo<br />
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