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Tese de Doutorado - versão final - Sistema de Bibliotecas da FGV ...

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CONSIDERAÇÕES PÓS-TESE<br />

As próximas páginas tratam <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> convivência com o trabalho<br />

paradoxal e <strong>da</strong>s possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> sua transformação. Articulam-se em torno <strong>de</strong> conceitos<br />

já explorados neste estudo, concentrando-se, no entanto, em paradoxos, possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s e<br />

diálogo. Este último, ain<strong>da</strong> não <strong>de</strong>finido formalmente, possui acepções bastante diversas.<br />

Sua origem etimológica no grego dialogos, conversação (HOUAISS, 2001), po<strong>de</strong> ser,<br />

ain<strong>da</strong>, <strong>de</strong>composta em dia, através <strong>de</strong>, e logos, palavra, discurso, significado (BOHM,<br />

1996; ELLINOR e GERARD, 1998). Em sintonia com os fun<strong>da</strong>mentos e proposições <strong>de</strong>ste<br />

estudo, e com a contribuição <strong>da</strong> perspectiva <strong>de</strong> David Bohm (1996) sobre diálogo,<br />

utilizaremos os seguintes entendimentos <strong>de</strong>sse conceito:<br />

• Diálogo é conversação; possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> livre comunicação entre indivíduos sobre<br />

<strong>de</strong>terminado tópico, facultando, nessa interação, múltiplos <strong>de</strong>svelamentos <strong>da</strong><br />

reali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

• Diálogo é exploração (dia) <strong>de</strong> significados (logos); um processo <strong>de</strong> aprendizagem<br />

coletiva em que se criam significados compartilhados.<br />

• Diálogo é processo <strong>de</strong> exploração coletiva <strong>de</strong> valores, crenças e pressupostos<br />

subjacentes ao comportamento cotidiano; um processo em que se exercita a<br />

observação <strong>de</strong>sses elementos buscando evi<strong>de</strong>nciar sua influência na ação individual<br />

e nas relações humanas; um processo em que os interlocutores não assumem<br />

posições dogmáticas nem se aferram à <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> suas convicções; um processo cuja<br />

essência é o aprendizado, o compartilhamento <strong>de</strong> perspectivas e a geração <strong>de</strong> novas<br />

compreensões do cotidiano.<br />

A conexão entre diálogo e aprendizagem po<strong>de</strong> também ser feita articulando-se a<br />

perspectiva dialógica <strong>de</strong> Bohm (1996) à abor<strong>da</strong>gem single loop / double loop <strong>de</strong> Argyris<br />

(2000). Aprendizagem single loop é a que realizamos, quase automaticamente, com foco<br />

restrito em ações e resultados. Argyris propõe um circuito ampliado <strong>de</strong> aprendizagem em<br />

que sejam evi<strong>de</strong>nciados os pressupostos que norteiam as ações. O diálogo seria, então, um<br />

processo em que a tematização <strong>de</strong>sses pressupostos ampliaria a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um efetivo<br />

aprendizado. Utilizando a nomenclatura <strong>de</strong>ste estudo, o diálogo po<strong>de</strong>ria ampliar o nível <strong>de</strong><br />

reflexão <strong>de</strong> um <strong>da</strong>do grupo, eventualmente levando-o <strong>da</strong> reflexivi<strong>da</strong><strong>de</strong> operativa para a<br />

essencial. A semelhança entre os loops <strong>de</strong> Argyris e os níveis lógicos <strong>de</strong> Bateson-Dilts,<br />

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